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Jornal de Campanha – 1 de outubro de 2015

O mês de Outubro começou com uma enorme surpresa, que não irá deixar ninguém indiferente, visto que a Marktest divulgou uma sondagem com a maior amostra legislativa, abarcando um total de 1.607 pessoas. A verdade é que, segundo esta sondagem, a PáF poderá obter 41% dos votos enquanto o PS irá ter apenas 28,6%, podendo haver, assim, uma maioria absoluta para a Coligação “governada” por Passos Coelho e Paulo Portas.

Para além disso, ainda dentro desta sondagem, há referência para quatro dados importantes, nomeadamente: a PáF tem uma maior percentagem de votações no Interior Norte (50%); o PS, devido à influência de António Costa, arrecada 31,4% de votações na Grande Lisboa; o BE tem uma maior incidência nos jovens dos 18-34 anos com 42% dos votos; e a CDU tem uma maior popularidade junto dos homens.

Depois de terem sido apresentados os resultados, não tardaram as respostas de António Costa, que está dar os últimos “passos” da sua campanha eleitoral em Santa Maria da Feira, salientando que caso o PS não tenha maioria absoluta, já têm soluções viáveis de modo a ajudar o Governo e o povo português a ultrapassar esta crise. “Se por alguma razão não tivermos maioria absoluta, não deixaremos o país no caos, porque somos, sempre fomos e sempre seremos o grande referencial de estabilidade do país. Somos aqueles que sabem abrir e lançar pontes, mobilizar todos, estabelecer diálogo e unir o país, encontrando soluções de governabilidade para o país”.

Já em Gaia, depois da hora de almoço e das suas últimas afirmações, apelou ao voto de todos os indecisos para dar uma maioria absoluta ao PS, evitando a abstenção ou voto em branco, e tirar todas as dúvidas ao Presidente Cavaco Silva: “…Desta vez cada voto vai ser mesmo essencial para garantir um resultado absolutamente inequívoco – uma maioria absoluta que não dê pretextos a ninguém para não nomear na segunda-feira um novo Governo do PS para governar…”. Desta forma, pretende demonstrar que tem um programa consistente e conseguirá responder às necessidades de todos através de soluções coesas.

Prosseguindo toda a campanha eleitoral, o Presidente Cavaco Silva, que se encontra em Nova Iorque, afirmou que tem noção do “que irá fazer” depois das eleições, rejeitando qualquer tipo de “…pressões…“ feitas pelos principais partidos. Por essa mesma razão, a Coligação Portugal à Frente, que se encontra em Trofa, centrou o seu solene discurso nas afirmações acima referenciadas, salientando “toda a confiança” que tem no processo pós-eleitoral do Presidente da República.

“…Tenho toda a confiança naquilo que será a metodologia que ele irá seguir para a formação do Governo, atento, como diz a Constituição, aos resultados eleitorais…”. Conseguimos assim perceber o relacionamento próximo que Passos Coelho tem com Cavaco Silva, devido ao mandato de quatro anos que o coloca à frente do Governo português até às eleições a 4 de Outubro de 2015.

Podemos ainda salientar a harmonia que existe nos partidos PSD-CDS, talvez devido aos cargos assumidos no governo por Passos Coelho e Paulo Portas, ajudando na transmissão da “estabilidade” que poderá haver caso ganhem as eleições. Também Rui Rio, antigo autarca, acredita plenamente nos benefícios da PáF, sendo este o melhor caminho a seguir para o país, apelando uma vez mais ao voto.

Chegando aos partidos de esquerda, hoje são eles os grandes protagonistas, visto que poderão retirar “poder” tanto à PáF como também ao PS, devido ao sucesso que têm tido nesta campanha eleitoral. A CDU, liderada por Jerónimo de Sousa, tem vindo a apresentar medidas/propostas consistentes tais como: aumento do Salário Mínimo Nacional; reposição de vencimentos, subsídios e pensões; implementação do Programa Nacional de Combate à Precaridade e Trabalho Ilegal, entre outras propostas.

Talvez por todas estas razões, conseguiu o apoio condicional e consequente voto de mais de duzentos representantes dos trabalhadores no Distrito de Setúbal, entre eles, delegados sindicais, membros de comissões e subcomissões de saúde, entre outros. A fim de defender os interesses da CDU e do povo, Jerónimo de Sousa mostra-se indignado com as recentes declarações do Presidente da República, acusando-o de “manobras e chantagens” que promovem a maioria absoluta e a retirada de poder aos partidos com menos votos “…Ei-los, uns e outros, atrás das manobras e chantagens de Cavaco Silva para alcançar essa maioria, seja de um ou de outro, para perpetuar a mesma política de sempre”.

O PS e a Coligação PáF, também foram alvo de duras críticas por parte de Jerónimo de Sousa, afirmando que o objectivo dos “apelos à maioria absoluta” será “continuar o assalto aos rendimentos dos trabalhadores e do povo”. Por último, colocamos os “holofotes” sob a campanha do BE, liderado por Catarina Martins, a 3 dias do dia das eleições.

As declarações de Cavaco Silva também tiveram um impacto negativo aos “olhos” de Catarina Martins, evidenciando total insatisfação com o facto de o Presidente da República já ter o plano todo definido para as pós-eleições mesmo antes de ser dia 4 de Outubro. Com o objectivo de não gerar polémica ou confusão, a líder do BE apenas referiu que os contributos do P.R. não foram sensatos de todo.

O Bloco de Esquerda, que nos últimos dias tem estado na zona de Almada e Cacilhas, optou por um discurso diferente do habitual, de modo a “combater a desistência” e a apelar ao voto de todos os “que foram enganados pela direita”. Este mesmo discurso tinha como público-alvo os professores, os funcionários públicos, os desempregados e todos aqueles que acreditaram nas palavras da PáF, pensando que não iriam sofrer mais sacrifícios.

“…A todos esses que acreditaram quando Pedro Passos Coelho e Paulo Portas lhes garantiu que não iam ter mais sacrifícios. Todos aqueles e aquelas que foram votar na direita saibam que no domingo, se querem um país com dignidade, têm de ir votar, mas desta vez tem de ser Bloco de Esquerda”. Para acabar, Catarina Martins não deixou de criticar todos os que olhem para a “desistência” como forma de chegarmos à democracia, mostrando a seguinte fórmula “Domingo é dia de votar e desta vez vai ser Bloco de Esquerda”.

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