Livros que te vão acompanhar em qualquer aventura este verão
Com a época de exames a chegar ao fim e as temperaturas a aumentar, é inevitável já só conseguir pensar no que fazer este verão. Num ano normal, provavelmente os itinerários de viagem já estariam feitos, e os possíveis bilhetes de avião comprados, só faltaria a trabalhosa tarefa de fazer as malas e a preparação mental para acordar às 4h da manhã e ir em direção ao aeroporto. Mas num ano tão atípico como este, qualquer planeamento de viagem é incerto, então vemo-nos a preparar aventuras mais pequenas, mas igualmente boas, à última hora. Fazemos, também à pressa, listas do que levar: se formos à praia, levamos protetor; se formos acampar, provavelmente repelente; mas uma coisa que devemos ter sempre connosco é um bom livro!
Seja o destino a praia ou o parque, com ou sem amigos, uma companhia com a qual podemos sempre contar é a das obras que grandes autores nos trazem.
Assim, neste artigo, vou recomendar quatro livros para vos acompanharem em qualquer aventura ou clichê que possam ter este verão!
“Memórias de um Gato Viajante”, para ler numa viagem de comboio.
A obra “Memórias de um Gato Viajante” fala de Nana, um ex gato de rua, que se encontra em viagem pelo Japão com o seu dono Satoru, que decidiu partir nesta aventura para visitar 3 amigos da sua infância.
Desligada do motivo da viagem, e despreocupada com o que poderá acontecer, Nana relata tudo o que observa, descrevendo os humanos com uma deliciosa ironia do alto da sua superioridade (pois gatos são seres superiores). É, na verdade, um relato de amizade, com um tom de despedida, que envolve o leitor e leva-o a querer conhecer mais sobre a personalidade de Nana e saber o desfecho da viagem.
Esta obra de Hiro Arikawa é a companhia ideal para uma viagem de comboio durante férias, principalmente nos momentos da peça em que são descritas, a detalhe, deslumbrantes paisagens japonesas, perfeitas para idealizar com a cabeça encostada à janela da carruagem.
O livro ainda oferece uma oportunidade de reflexão sobre temas como a solidão, o valor da amizade e o saber dar e receber, perfeitos para ponderar durante o tempo que leva a chegar à plataforma.
“O Agosto do Desassossego”, para ler numa tarde de praia.
“O Agosto do Desassossego” é um thriller policial que se passa em Lisboa 25 anos depois do incêndio que quase destruiu o Chiado. Há um assassino que anda a matar pessoas em nome de Fernando Pessoa. Porquê? É o que Daniel Vilar, o inspetor destacado para o caso e com dificuldades em confiar na justiça, quer saber.
Após o assassinato que ocorreu nos primeiros dias de agosto, a população entra em pânico e a polícia e os poderes políticos ficam inquietos. Um homem é encontrado assassinado junto à estátua de Fernando Pessoa, na Brasileira do Chiado. É encontrado num dos seus bolsos uma citação do Livro de Desassossego, de Bernardo Soares.
Assim, a real questão que a obra carrega é: quem anda a aterrorizar o Chiado e a ameaçar a grande fonte de receitas do país?
Esta peça de Pedro Boucherie Mendes é capaz de nos prender por horas, com um enredo tão familiar para um policial, visto que se passa na nossa capital. É o livro perfeito para ler numa tarde de praia, pois vai impedir qualquer pessoa de adormecer com as reviravoltas da história!
Por isso podem adicionar esta obra à bolsa da praia, não esquecendo do protetor solar!
“O Homem de Giz”, para ler numa noite quente… em cima de um telhado.
“O Homem de Giz” é a primeira obra publicada de C.J. Tudor e conta a história de Eddie, que quando era criança, passava os dias a desenhar homens de giz no chão com os seus amigos, de forma a criarem uma comunicação que só o seu “gang” perceberia. No entanto, o ambiente começa a ficar estranho quando as mesmas figuras começam a aparecer por vontade própria, levando Eddie e os seus amigos a encontrarem o corpo de uma rapariga na floresta.
30 anos se passam e voltamos a reencontrar Eddie, a viver a sua vida normal, até que este recebe uma carta, que apenas continha um pedaço giz e a figura de um stickman. O personagem principal entende assim que o jogo nunca tinha acabado…
Afinal, “as crianças nem sempre são inocentes”.
Esta é a obra perfeita para ler numa noite de verão, provavelmente até ser de dia, pois a probabilidade de se ficar curioso e entranhado na história é grande. Mas porquê no telhado? É sempre um bom local para se ver o nascer do sol… e também para não adormecer após concluir esta peça fantástica.
“Timbuktu”, para ler após um piquenique.
Esta obra de Paul Auster conta a história de Mr. Bones, um cão rafeiro e companheiro inseparável de William Gurevitch, um vagabundo, poeta e excêntrico sobrevivente das revoluções dos anos 60. Juntos percorreram a América e sobreviveram aos duros invernos de Brooklyn.
No entanto, William sente a chegada da sua morte e, por isso, embarca na que provavelmente será a sua última aventura com o seu parceiro. Juntos procuram a sua professora de liceu, uma mulher que não vê desde muito jovem. E assim, o poeta decide confiar tudo a esta mulher, desde os seus poemas ao seu querido Mr.Bones.
Esta é uma obra emocionante, perfeita para um dia calmo, para se ler deitado na relva. Uma peça que nos faz refletir sobre os valores da amizade e a forma como impactamos as pessoas, com as mínimas coisas…
Assim concluo a minha lista de recomendações!
Que este verão traga mais descobertas, memórias e momentos especiais, ainda que com todas as restrições devido à pandemia! E que um bom livro esteja sempre a acompanhar essas aventuras!
Bom verão e boas leituras!
Fonte da Imagem de Capa: NiT
Artigo revisto por Ana Sofia Cunha
AUTORIA
Por ter muitas paixões, Mariana é conhecida por estar envolvida em “mil coisas ao mesmo tempo”. Atualmente no curso de Publicidade e Marketing, mas com um (outro) grande amor pela escrita, escreve artigos onde consigam transmitir a emoção que sente sobre certos temas, não esquecendo de abordar também conteúdos importantes. Tem ainda o sonho de visitar o Japão e de um dia poder saber o que esteve por detrás do processo criativo da música Sunflower Vol.6.