Informação

Militares anunciam golpe de estado no Gabão

Um grupo de militares assumiu o controlo da rádio nacional numa tentativa de “repor a democracia”. Governo indica que o golpe falhou. Presidente do Gabão, Ali Bongo, encontra-se em Marrocos a recuperar de um acidente vascular cerebral (AVC).

Num comunicado, lido ao país através da rádio nacional do Gabão, um grupo de militares do exército indicou que “chegou o tempo da democracia” e apelou ao povo gabonês para “fazer um levantamento nas ruas de forma a mostrar o apoio ao exército.” Segundo o mesmo comunicado, “o regime presidencial montou uma encenação com um Presidente que se encontra doente e privado de muitas das suas faculdades físicas e mentais, havendo uma perda de dignidade do país”. Foi posta em causa, pelo grupo de militares, a alta hierarquia do exército, sugerindo uma insurreição militar em curso, e anunciado a criação de um conselho nacional de restauração: “A hora chegou, é tempo de tomar o vosso destino com as mãos. O dia 7 de janeiro de 2019 é o dia da vitória do povo gabonês apoiado pelo seu Exército”, declarou o líder do movimento, identificado como tenente Kelly Obiang, que se autointitulou “presidente do movimento patriótico de jovens das forças de defesa e segurança do Gabão”.

Na capital (Libreville), moradores indicam que as ruas estão a ser patrulhadas por tanques, havendo registo de tiros, contudo, segundo informações do porta-voz do governo gabonês, quatro dos militares rebeldes já foram detidos e um está em fuga. O Executivo diz ainda que o grupo de insurgentes é reduzido e não é reconhecido por nenhum elemento da hierarquia militar, tendo a tentativa de golpe fracassado.

O golpe era dirigido contra o presidente Ali Bongo, que chegou ao poder em 2009 depois da morte do pai, mantendo a sua família no poder, algo que dura há cinquenta anos. Bongo está em Marrocos, onde tem recebido tratamento médico por causa de um AVC. Em 2016, Ali Bongo foi reeleito por uma curta margem, numas eleições muito contestadas pela oposição por suspeitas de fraude eleitoral.

Artigo corrigido por: Ângela Cardoso

AUTORIA

+ artigos

Olá, sou o Luís, tenho 27 anos e nasci em Cascais. Vivo desde, quase sempre, em Sintra e sinto-me um Sintrense de gema.  Adoro cinema - bem, adorar não é a palavra adequada, venerar parece-me um adjetivo mais justo -  e sou também obcecado por política e relações internacionais. Gosto também muito de desporto.