Música

O dia em que Taylor Swift salvou a indústria da música

Em dez meses, nenhum álbum conseguiu o tão desejado estatuto de ‘platina’ nos EUA. A indústria da música norte-americana começava a desesperar mas, para o final do mês de Outubro, estava agendado o lançamento daquele que era considerado (previsto talvez seja a melhor expressão) como o salvador do ano. 1989, o mais recente álbum de Taylor Swift, impediu uma mancha negra no ano de 2014.

CAPA DO ÁLBUM

É caso raro nos Estados Unidos da América, mas, este ano, esteve perto de acontecer. A atitude dos ouvintes em relação ao suporte físico mudou e plataformas como o Spotify continuaram a crescer. Resultado? A venda de álbuns – aquelas circunferências com uma face ‘meio brilhante’, conhecem? – diminuiu significativamente.

Nem Madonna, nem Beyoncé ou Lady Gaga. De Divas a figuras mais irreverentes, nenhuma foi capaz de chegar ao milhão bem redondo de vendas. Não com um álbum lançado em 2014. O que ninguém fez… Taylor Swift conseguiu numa semana. Com os olhos postos no lançamento do seu novo álbum, o 5.º de estúdio, a já figura pop de 24 anos surpreendeu tudo e todos quando o previsto já era ‘de loucos’: não se ficou pelas cerca de 600.000 cópias previstas por especialistas para serem vendidas nos primeiros sete dias.

Não. Na mesma semana em que disse adeus ao Spotify (será coincidência? Não, claro que não, mas já lá voltamos…), Swift vendeu, imagine-se, 1.287.000 cópias de 1989 – sim, o dobro! Até hoje, e falando de toda a história da indústria de que há registo, apenas 18 álbuns haviam atingido tal feito. Não hoje, não nesta semana, não num ano em que as alternativas online são tantas e com tanta oferta gratuita.

Mais do que tudo, é uma afirmação. Com 1989, Taylor ganha um estatuto ainda mais importante. Não apenas no mundo pop, não apenas junto de um público alvo muito bem definido. Quebrou barreiras. Tomou a liderança da armada numa batalha que parecia ser impossível de vencer. E venceu.

O segredo? Um pouco de tudo, talvez: do seu sorriso simpático, de uma grande equipa por trás de todo um trabalho planeado e, acima de tudo neste caso específico, de uma grande, enorme!, estratégia de marketing. Não, Taylor Swift não precisa dos milhões que a sua obra perderia noutros tempos por não vender ao estar no Spotify; precisa sim do máximo de mediatismo e, esta semana, pelo lançamento em simultâneo ao adeus ao serviço de streaming, atingiu uma outra escala.

Se vos disser que são várias as pessoas a comprar mais do que uma vez o álbum, para recolher o máximo de sets (são cinco, no total) de 13 fotografias polaroid de Taylor Swift, qual seria a vossa reação? Ainda é só pela música ou, e novamente, a estratégia volta a destacar-se? Não sou eu quem o afirma vindo do nada, mas sim enormes e tão influentes cadeias de supermercados como a Target ou a Walmart.

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