Editorias, Opinião

Only 4 Brussels?

Na manhã de terça-feira, dia 22 de março de 2016, acordámos “atordoados” e chocados com notícias vindas de Bruxelas, as quais relatavam mais um atentado por parte dos terroristas do autoproclamado Estado Islâmico. Atentado esse que consistiu em duas explosões, uma no Aeroporto de Zaventem e outra na estação de Metro de Maelbeek, da qual resultaram mais de 300 feridos e cerca de 35 mortos, sendo que este número poderá aumentar dependendo do estado dos feridos graves que se encontram a receber tratamento nos hospitais militares.

Uma vez mais não conseguimos compreender o que vai na cabeça dos terroristas: será que estão a fazer valer a sua doutrina islâmica? Será que é uma represália contra a detenção de Salah Abdeslam? Seja o que for, o Estado Islâmico já deu provas de que não tem escrúpulos e irá aproveitar todas as oportunidades de “pregar” o pânico na Europa.

Apenas na Europa? Já li no Facebook testemunhos de pessoas a afirmar que este atentado foi igual ao último que ocorreu em Paris (em novembro de 2015)… Mas há algo que não bate certo: entre Paris e Bruxelas já houve pelo menos mais dois atentados por parte do Estado Islâmico:

  • Atentado em Jacarta a 14 de janeiro de 2016 do qual resultaram 17 mortos;

  • Atentado de Istambul a 12 janeiro de 2016 do qual resultaram 11 mortos.

Não acredito que as pessoas se tenham esquecido destes dois atentados, mas, verdade seja dita, foi dado mais destaque ao atentado em Bruxelaspor ser a cidade onde se encontram os edifícios da Comissão Europeia e do Conselho Europeu. Será que por essa razão as vítimas deste atentado podem ter mais valor, por parte das pessoas e da comunicação social, do que as vítimas dos atentados ocorridos na Indonésia ou Turquia?

Por mais estranho que possa ser, nos últimos dias apenas me tenho deparado com uma atitude pouco ética, visto que as famílias das vítimas de outros atentados merecem a mesma homenagem, condolência e segurança máxima, uma vez que vivemos em sociedade e todos têm o mesmo tipo de direitos. É verdade que não podemos comparar esta atitude com a atitude dos terroristas, o que seria algo exagerado!

Contudo, se não houver uma união mais forte entre nações ou um tipo de comunicação mais eficiente, não serão os alertas máximos que nos irão proteger do terrorismo. Infelizmente, os atentados não acabam aqui mas a nossa humanidade também não. Por essa mesma razão, não podemos desistir ou “cruzar os braços”, porque é isso que eles pretendem.

Mas será essa a atitude que iremos ter?

O Pedro Almeida escreve com o Novo Acordo Ortográfico.

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