Cinema e Televisão

Shut In – Reféns do Medo

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A sala estava cheia e as expectativas estavam elevadas q. b. Acontece que a desilusão falou mais alto. O trailer prometia um thriller intenso e de arrepiar; contudo, o filme em si é simples, previsível e, no geral, fraco. Nem tudo foi mau… Mas havia espaço para melhorar.
A lista de interpretes é fantástica e a prestação de cada um deles é competente… Mas há pouco a fazer quando o guião não é aquilo que devia ser. Ainda assim, é importante destacar Naomi Harris – a sua entrega e expressividade são impressionantes e torna-se difícil desgostar dela enquanto atriz. Oliver Platt passa despercebido entre chamadas de Skype, mas não tenho nada a criticar na sua performance: é credível e basta.

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Charlie Heaton, que muitos conhecem como Jonathan de Stranger Things, é o herói que ninguém irá reconhecer – mantenham os olhos abertos porque este miúdo pode ir longe. Por fim, Jacob Tremblay, o herói de que todos vão falar. Depois de Room, o pequeno ator volta a dar provas de ser grande e pode, também ele, ter um futuro brilhante pela frente.
Mas a verdade é que o filme sofre de um guião pobre, que parece concentrar-se em recortar e colar os mais variados elementos de filmes clássicos de terror. Entre cenas que evocam o Pesadelo de Elm Street e cenas que relembram The Shining, o filme perde o elemento de surpresa e o momento mais assustador acaba por ser quando um guaxinim aparece no meio dos caixotes do lixo acompanhado por um som abrupto.

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O que podia ser um thriller brilhante com uma reviravolta chocante que presta homenagem a clássicos do género acaba por ser previsível e até mesmo aborrecido. A certa altura, os espectadores mostraram o seu desagrado ao começarem conversas sobre o que estavam a ver como forma de escapar ao que de tão absurdo se passava no ecrã.
Gostava de dizer que o filme foi soberbo, mas não estaria a ser honesta. Sinto que os atores foram tremendamente injustiçados ao receberem um guião ao qual faltava conteúdo original de qualidade – é uma colagem de elementos visuais e a narrativos com os quais convivemos há anos, não acrescenta nada ao currículo cinéfilo do espectador e deixa um sabor amargo a desilusão a todos aqueles que saem da sala de cinema.

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