Música

Taylor Swift e as suas Midnights

Midnights é o décimo álbum de estúdio da cantora estadunidense Taylor Swift, lançado a 21 de outubro de 2022 através da gravadora Republic Records. O álbum é recente, mas já quebrou vários recordes: foi o álbum mais reproduzido mundialmente em 24 horas na história do Spotify, da Amazon Music e da Apple Music. Em relação às músicas, Anti-hero e Lavander Haze tornaram-se, respetivamente, as terceiras e quartas músicas mais ouvidas em 24 horas da história do Spotify. Taylor Swift tornou-se a primeira artista a ocupar sozinha todo o top 10 norte-americano só com músicas do disco Midnights. Este é um recorde absoluto e ultrapassou os Beatles em números.

Taylor Swift explicou num post nas suas redes sociais o conceito de Midnights: contar as histórias de 13 noites em que teve insónias. A cantora contou que dividiu os motivos que a fizeram ficar acordada naquelas noites em cinco categorias: autodepreciação, fantasiar sobre vingança, pensar no que poderia ter sido, apaixonar-se e cair aos pedaços. Taylor não separou as músicas diretamente por categorias, permitindo, assim, que os fãs as ouçam e adivinhem em que categoria se encaixam.

Passando agora a uma análise mais detalhada do conteúdo da obra, os instrumentais são bastante banais, e sozinhos não são cativantes. Alguns instrumentais – como o de Bejeweled – chegam a ser desagradáveis por causa dos efeitos sonoros agudos. No entanto, tornam-se mais interessantes com a ajuda das melodias. Todas as músicas deste álbum têm melodias lindíssimas que nos fazem esquecer o instrumental “mais ou menos”. Um bom exemplo disso é a música Mastermind. O início da música assemelha-se a um despertador que queremos desligar mas, depois, entra a voz da Taylor e salva a música, fazendo de Mastermind uma das canções mais bonitas do álbum.

O melhor deste álbum não são as melodias, mas sim as letras. Taylor provou mais uma vez ser uma excelente letrista. A sua escrita não é literal, mas sim poética. Ela arranja maneiras complexas de dizer coisas simples, e diferentes maneiras de dizer a mesma coisa. Este álbum poderia facilmente ser transformado num livro de poesia. 

Para além de poetisa, Taylor também é uma ótima contadora de histórias. Conta-nos histórias com princípio, meio, e fim e fá-lo com sentido de humor. A cantora mostra o seu lado mais humorístico na ponte de Anti-hero: “I have this dream my daughter-in-law kills me for the money/She thinks I left them in the will/The family gathers ’round and reads it/And then someone screams out/”She’s laughing up at us from hell!

Nos seus álbuns anteriores – Folklore e Evermore – a compositora contou histórias de outras pessoas e de personagens fictícias. Em Midnights, Taylor regressa à composição confessional. Apesar de escrever sobre experiências e sentimentos pessoais, fá-lo com a empatia necessária para que os ouvintes se identifiquem com o que é cantado. Percebe-se que o intuito não era desabafar, mas sim fazer boas músicas. Esse deve ser o único objetivo de um compositor, e a Taylor conseguiu cumpri-lo com sucesso.

Fonte da capa: Pitchfork

Artigo revisto por Catarina Policarpo

AUTORIA

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A Catarina tem uma paixão enorme pela escrita e pela criação, estando a licenciar-se em jornalismo na ESCS. Gosta de juntar palavras para contar histórias e estima ver as suas ideias em tinta e papel. Juntou-se à ESCS Magazine para fazer o que mais ama.