Capital

Uma casa, um museu, um tesouro

No meio da agitação lisboeta, esconde-se a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, um espaço pouco conhecido, mas que é excepcional e que está de portas abertas para os mais aventureiros.

Quando se desce a Avenida Fontes Pereira de Melo não se dá conta da sua existência, mas fica mesmo em frente à Maternidade Doutor Alfredo da Costa. Com uma arquitectura que não passa despercebida, reconhecida com o Prémio Valmor de 1905, esta foi uma casa mandada construir pelo pintor José Malhoa e que lhe serviu de residência e atelier até 1932. Após essa data, a casa foi adquirida pelo Dr. Anastácio Gonçalves, conhecido médico oftalmologista, que lhe originou o nome que perdura até aos dias de hoje e que tudo fez para garantir que a mesma se viria a tornar num museu depois da sua morte.

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Observando os seus portões em forma de borboleta, é impossível não querer entrar e conhecer o seu interior. Mas mais do que uma antiga residência, este é um espaço riquíssimo e cheio de cultura, onde é possível fazer novas descobertas em cada sala que se visita. Nas inúmeras divisões, é possível encontrar quadros de pintores como Silva Porto e Bordalo Pinheiro, mobiliário trazido de vários pontos do mundo, esculturas, porcelanas e até mesmo vitrais. Toda esta diversidade é possível graças à audácia do seu último residente, que, além de médico, era um grande colecionador de arte.

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Símbolo das casas antigas, este é também um lugar de encontro entre o antigamente e o agora, onde se podem ainda encontrar, por exemplo, um autoclismo mais arcaico ou até mesmo um evangeliário ornamentado a prata. Cada espaço é uma nova descoberta, mas há um que é certamente o ex-libris da casa: o atelier. Com dois pisos de altura, um piano, um cravo e diversos quadros a revestir todas as paredes, este é um espaço dedicado às artes e onde a inspiração não ousa falhar.

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Além da exposição permanente, pertencente ao espólio do Dr. Anastácio Gonçalves, é possível encontrar na casa algumas exposições temporárias alusivas aos mais variados temas. Se ainda não conheces esta preciosidade na tua capital, fica a recomendação. E a falta de dinheiro não serve de desculpa! Aos primeiros domingos de cada mês, a entrada no museu é gratuita durante todo o dia.

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