Cinema e Televisão

As 50 sombras de mediatismo

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A verdade nua e crua é que ninguém passou ao lado da estreia deste filme! Em todos os meios noticiosos – e não só- se discutia a história de Anastacia Steele (Dakota Johnson) e Christian Grey (Jamie Dornan). Inspirado no livro com o mesmo título, este filme encheu salas de cinema. Mas será isso fruto do mediatismo? Sim, acho que sim.

 

Para ajudar a sua companheira de quarto, que se encontra doente, Anastasia Steele (Dakota Johnson) entrevista o rico, poderoso e famoso Mr. Grey (Jamie Dornan). O par sente-se imediatamente atraído. Acontece, porém, que Mr. Grey é misterioso quanto ao seu passado não muito agradável e tem gostos muito peculiares (leia-se sadomasoquismo).

 

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O par explora realmente este mundo de prazer e dor mas, tratando-se de um filme para maiores de 16 e não maiores de 18 anos, torna-se impossível explorar ao pormenor essas cenas que ficam aquém das expectativas lançadas pelo mediatismo. A pouca química entre Dakota Johnson e Jamie Dornan também deixa algo (para não dizer muito) a desejar.

 

Falta profundidade ao filme que tem como único propósito contar-vos esta história: nas cenas em que os protagonistas não estão juntos estão a falar um do outro. E claro; não fiquem à espera de conhecer melhor o universo em que a história se insere ou as personagens secundárias. O filme vive da relação entre os protagonistas e essa, como já disse, não aquece nem arrefece.

 

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Devo avisar que o que começa relativamente bem vai deteriorando-se: sem querer assustar ninguém, a certa altura do filme parece que Anastasia está a viver um género de pesadelo exatamente por estar numa relação disfuncional em que é uma submissa que não tem direito ao romance que tanto deseja. E a prova de que este não é um romance típico? Um final tudo menos feliz.

Há contudo aspetos a destacar: visualmente o filme tem uma estética agradável, a banda sonora é bastante rica, tem alguns momentos com sentido de humor e Johnson entrega-se de corpo e alma a este projeto. De resto, não há nada de impressionante.

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ontas feitas, o filme foi um sucesso de bilheteiras e a sequela está praticamente certa. Sabe-se que E.L. James, a autora da trilogia, exigiu controlo sobre o guião e correm boatos de que Jamie Dornan vai abandonar o navio. Uma coisa é certa: terá muito que melhorar para alcançar as expectativas que defraudou com este primeiro.

Veredito final: muito mediatismo para um filme mediano.

 

 

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