Cinema e Televisão

Interstellar: magia do início ao fim

Matthew McConaughey, Anne Hathaway e Matt Damon: o elenco era de luxo e, pela ficha técnica, Interstellar tinha tudo para fazer furor nas bilheteiras. Foi mais longe: agarrou a audiência, a crítica e deu que falar. Acima de tudo, deu que pensar. É o filme do momento, aquele sobre o qual todos querem saber mais e aquele que vale a pena ver.

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Ruína na Terra, esperança no espaço. NASA, pois claro. E, assim, o que começa em completo segredo resulta em missões de busca por um planeta habitável. Algures no espaço, em pleno desconhecido, Cooper e Brand investigam missões anteriores em descoberta de vida. Há mais para lá da Via Láctea e assim se desenrola o enredo de Christopher Nolan – inesquecível!

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Ficção científica, sim, e de forma inegável, mas sempre com uma sensação de realidade bem presente em todos nós. É real, não é, será? Sofrimento. Ao longo de duas horas e quarenta e cinco minutos, Nolan usa e abusa – não necessariamente num mau sentido – de efeitos especiais, cenas em estúdio e outras reais. Passa à frente de Spielberg (que previra realizar Interstellar, escrito por Jonathan, irmão de Christopher, brevemente) e regressa ao topo da indústria cinematográfica.

É que se com a trilogia do “Cavaleiro das Trevas” conquistou milhares de milhões de fãs, com Interstellar conseguiu, muito antes do começo das gravações, conquistar um outro elemento muito importante (e de forma histórica): a Paramount e a Warner Bros num investimento colectivo. É aqui, na estratégia, que se começa a desenrolar todo o carácter intrigante e apaixonante de Interstellar.

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Onde ia? Sim, nas técnicas utilizadas por Nolan e a afeição que ganhamos durante a longa-metragem. Absolutamente soberbo. E lá vão numa viagem pelo desconhecido que promete ter-nos como acompanhantes até ao último segundo. Capta-nos e cola-nos ao ecrã do primeiro ao último segundo; faz-nos viver as relações familiares de perto e a descolagem como se de um ‘dos nossos’ se tratasse. Em Interstellar, todos os segundos contam e, mesmo que assim não pareça, foram colocados por um motivo específico.

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Interstellar junta o que há de bom de Nolan em “Memento”, “A Origem” e “O Cavaleiro das Trevas” – com as devidas e óbvias distâncias – e coloca-se num patamar digno de ir para lá das comparações a “2001: Odisseia no Espaço” e, também, ao desaparecimento na sombra do tão recente e bem recebido “Gravidade”.

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