Editorias, Música

Manual de Instruções: Post Rock em Portugal

Nos últimos anos, Portugal tem sido terreno fértil para diferentes genéros musicais. Desde o hip hop de Capicua até ao rock dos PAUS, passando pelos hits dançáveis dos D’Alva, são mais de muitas as bandas que nasceram e crescem, hoje, na terra de Camões.

Seja em Português, Inglês ou Francês, o que interessa é que é feito por nós. E, sem dúvida que, em 99% dos casos, se confirma: o que é nacional é bom. Mas deixemo-nos de cantigas porque aqui, e agora, vai falar-se de Post Rock made in Portugal.

O que é Post Rock afinal? São tantos os subgéneros do rock, que acabamos por nos confundir. Contudo, e sem ser tendenciosa, este é um género que se distingue dos restantes: junta-se o rock mais alternativo a sons experimentais e melodias intensas, retira-se um pouco de voz e adicionam-se sonoridades eletrónicas a gosto. Parece-te uma mistura interessante? Nada melhor do que ouvir, para compravar.

Aqui ficam as 5 bandas portuguesas de Post Rock que tens de ouvir:

Amarionette
E se “Num Dia Mau Consegue Ver-se Para Sempre” (título do álbum de 2012), ao som dos Amarionette consegue ver-se para lá das fronteiras de todos os habituais conceitos que definem o rock. Aqui cruzam-se alusões a poetas portugueses, guitarras destemidas e uma bateria poderosa, naquilo que se traduz no som rock alternativo e psicadélico desta banda do Seixal.

 

Catacombe
E do Seixal seguimos para Porto, casa dos Catacombe. De um som mais efusivo e rebelde, passamos para melodias cuidadas e arranjos bem pensados, nunca forçados. Afinal, falamos de rock. Catacombe faz-nos questionar o sentido da vida; faz-nos sentir tudo e mais alguma… sem uma única palavra. A banda fica-se pelos instrumentais que vão desde o rock mais heavy até às vozes doces de “Lolita”. Aqui, um som vale mais do que mil palavras.

 

Riding Pânico
Os Riding Pânico foram, para mim, a grande surpresa do ano ao vivo. Nesta banda juntam-se músicos de algumas bandas já conhecidas pelo público, como os PAUS e os Quelle Dead Gazelle, para se fazer música extremamente consistente. Na verdade, escrevo consistente porque não há palavras que cheguem para definir o poder e o talento reunido em Riding Pânico. À semelhança do que acontece nos temas de Catacombe, aqui a voz não faz falta nenhuma. Sente-se e ouve-se tudo, com qualidade máxima. Se é para fazer um bom headbanging, aqui tens a banda sonora certa.

 

Black Bombaim
E por falar em bandas sonoras, porque não escolher um álbum dos Black Bombaim para acompanhar o teu estudo? Cada tema é suficientemente longo e a sua sonoridade é capaz de nos deslocar para outro ambiente. Aqui são inúmeras as transições, mas nunca se perde o rock e a uniformidade. Contam-nos histórias através das suas melodias, sem nunca recorrer à voz. Vale mais do que a pena.

 

Linda Martini
Um nome obrigatório na lista, os Linda Martini foram das primeiras, senão a primeira banda de rock mais alternativo (dentro deste registo do post rock), a chegar a mais gente em Portugal. Aqui ouve-se a voz de André Henriques em quase todos os temas, à exceção de um outro em que, mesmo assim, se mantem a mesma qualidade. Esta é uma banda que não esconde o seu passado mais punk e que faz questão de o fazer passar para algumas das suas músicas (basta ouvirmos “O Amor é Não Haver Polícia”, do seu primeiro registo, ou “Juarez”, do seu último álbum). Ocasionalmente, surge uma melódica e, se prestarmos atenção, pelo menos um dos seus temas conta com um trompete. Se já ouviste falar deles, mas nunca os ouviste, chegou a tua oportunidade.

AUTORIA

+ artigos