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One Direction vs. Justin Bieber: o duelo da temporada


O que é que Justin Bieber e One Direction têm em comum? Têm menos de 25 anos, vendem álbuns aos milhões, têm outros tantos milhões nas contas bancárias e, claro, têm uma vasta legião de fãs. Este ano ganharam algo mais para partilharem: os seus álbuns saíram no mesmo dia. Talvez sejam supersticiosos, mas tanto Bieber como a banda britânica decidiram escolher o dia 13 de novembro.

Isto não seria interessante se Justin Bieber não tivesse gravado um snap a brincar com o facto de as datas serem as mesmas e se não tivesse acusado a banda de o usar como publicidade. Verdade seja dita, a data dos One Direction foi anunciada primeiro. A “guerra”, no entanto, ficou restrita a isso. Pelo menos da parte deles. Porque os fãs e os media não resistiram e tornaram “Purpose” e “Made in The A.M.” as palavras (e hashtags) de ordem para uma batalha. E quem ganha?, perguntam vocês.

Um álbum que vende vs. Um álbum feito para as fãs
2015 não foi um ano fácil para os One Direction: Zayn Malik abandonou a banda, foi anunciado que Louis Tomlinson seria pai no início de 2016, Liam Payne parece ter voltado a ser solteiro, havendo ainda várias polémicas pelo meio. Aquando da saída de Malik, o grupo disse que iria fazer um álbum e que continuariam juntos. Depois, anunciaram uma pausa, sem data de regresso marcada, para 2016. As directioners, claro, não esperaram para se fazer ouvir.

Made in the A.M., porque foi escrito durante a madrugada, depois dos concertos, é mais do que um álbum. Não foi, claramente, feito com objetivos claros de vender: este é um álbum feito para os fãs da banda, como uma prenda de agradecimento pelo apoio que deram ao longo deste ano. Mas desenganem-se se pensam que o álbum não tem nada de novo — e se pensam que não vende: o álbum é número 1 no Reino Unido!



“Drag Me Down”, o primeiro single, lançado no verão, foi um bom ponto de partida para se saber o que se podia esperar de One Direction a quatro. No entanto, há temas ainda melhores no quinto álbum da banda.
Justin Bieber, ao contrário dos One Direction, que, desde 2011, têm lançado um álbum por ano, não apresentava um trabalho novo desde 2012, quando saiu Believe. Depois de três anos complicados, em que Bieber parecia ter descarrilado por completo, as expectativas para Purpose não podiam estar mais elevadas. E Bieber soube fazer o trabalho muito bem: se é para voltar, que seja em grande, a conquistar novos públicos e a vender muito bem. Ora, posso garantir-vos que os novos públicos estão mais do que conquistados.



Purpose não foge àquilo a que estamos habituados de Justin Bieber. É pop, cada vez a soar mais a música eletrónica, pronta a atacar todas as pistas de dança. “Sorry” é, provavelmente, um dos pontos mais fortes do álbum, assim como “Love Yourself”, escrita por Ed Sheeran.

Nesta guerra, é garantido que não há vencedores: os One Direction ganham pela capacidade de se reinventarem e de fazerem algo com qualidade, com temas diferentes do habitual, num álbum totalmente dedicado aos fãs; Justin Bieber, por sua vez, renasce das cinzas (qual fénix!), conquista novos públicos e mostra que um bocadinho de auto-tune nunca fez mal a ninguém.
Eu declaro isto um empate.

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