Cinema e Televisão

Scream – As regras de uma requel

25 anos depois do primeiro Scream, dirigido pelo lendário Wes Craven, o quinto filme da franquia de slasher chegou aos cinemas, no início de 2022. Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett são os realizadores da nova obra que traz de volta o famoso Ghostface, o assassino da cidade de Woodsboro que se esconde por detrás da máscara fantasmagórica.

O elenco volta a reunir o trio original do primeiro filme da franquia, apresentando, em simultâneo, uma nova geração de personagens. Depois de Tara (Jenna Ortega) ser atacada por Ghostface, a sua irmã, Sam (Melissa Barrera), acompanhada pelo seu namorado, Richie (Jack Quaid), juntam-se ao grupo de amigos formado por Wes (Dylan Minnette), Amber (Mikey Madison), Mindy (Jasmin Savoy Brown), Chad (Mason Gooding) e Liv (Sonia Ammar) na busca pela identidade do assassino. É aqui que entram em cena Sidney Prescott (Neve Campbell), a final girl mais corajosa de Woodsboro, a destemida jornalista Gale Weathers (Courteney Cox) e o carinhoso xerife Dewey Riley (David Arquette).

Fonte: IMDb

Mas a nova instalação de Scream não é só mais uma sequela. Durante a longa-metragem, torna-se evidente a mudança de paradigma relativamente aos outros filmes da franquia. As próprias personagens chamam-lhe requel. Mas, afinal, o que é isto? Segundo Mindy, a personagem com mais conhecimento em filmes de terror, é uma mistura entre sequel e reboot. Ou seja, uma requel pretende dar continuidade à franquia, sem esquecer o seu espírito original. Talvez, por essa razão, os diretores do novo filme tenham apresentado uma nova história principal com personagens nunca antes vistas, mas com ligações diretas à história original da saga.

Há que relembrar, no entanto, as regras clássicas de Scream, apresentadas pelo xerife reformado, Dewey. Segundo o próprio, em primeiro lugar, deve-se sempre suspeitar do interesse amoroso; em segundo, as personagens clássicas nunca devem ser esquecidas e devem sempre regressar; e, por último, o verdadeiro vilão pertence sempre ao grupo de amigos. 

Fonte: IMDb

O quinto filme de Scream não esqueceu, porém, a forma tradicional como a franquia utiliza a ficção para comentar a cultura pop no seu geral. Desta vez, a crítica prende-se aos grupos fanáticos que, várias vezes, se tornam tóxicos. Assim, o novo slasher presenteia os seus próprios fãs com diversos elementos que fazem ligação direta com os filmes anteriores da franquia, respondendo assim aos vários pedidos deixados ao longo dos últimos anos.

Até ao último minuto, a requel relembra o filme original de Scream, onde, há 25 anos, Billy Loomis (Skeet Ulrich) afirmou:

Movies don’t create psychos. Movies make psychos more creative!

Fonte da capa: The Wrap

Artigo revisto por Miguel Tomás

AUTORIA

+ artigos

Perdidamente apaixonado pelo mundo do audiovisual. Adora procrastinar: ficar em casa, enrolado em mantas com uma caneca quentinha de chá enquanto vê um filme ou uma série é o seu passatempo preferido. Apesar de ser tímido, é através das palavras que consegue exprimir os seus pensamentos.