Música

Temporada Linda Martini no Musicbox

Dez anos depois do lançamento do seu primeiro EP, os Linda Martini decidiram revisitar a sua discografia no Musicbox, em Lisboa. De 26 a 28 de Março, as canções de Linda Martini EP, Marsupial, Olhos de Mongol e Casa Ocupada puderam ser ouvidas ao longo de três concertos, todos eles esgotados. Felizmente, estive lá para ver, ouvir e contar-vos tudo (pelo menos do que se passou nos dois primeiros concertos).

Linda Martini

Dia 26, a maratona Linda Martini começou cedo. Ainda não tinham dado as onze badaladas e já a banda estava em palco, prontíssima para abrir a noite com o tema instrumental “Este Mar”. Foi estrondoso. Sendo o Musicbox uma sala pequena (tem uma lotação máxima de 300 pessoas), o ambiente facilmente se tornou intimista: era eu e os Linda Martini, tu e os Linda Martini, como se os estivéssemos a ouvir em casa – só que muito melhor.

Música atrás de música, com o mesmo alinhamento dos EPs, Linda Martini e Marsupial, respectivamente, os Linda Martini mostraram-se efusivos, ainda que uma nota ou outra tenha falhado: afinal, algumas das músicas não eram tocadas há anos, ou então nunca tinham sido tocadas ao vivo. Foi o caso dos temas “Parada” e “Intrusa”; este último revelando o talento escondido do guitarrista Pedro Geraldes para tocar trompete. Ao longo da noite, mesmo que pouco participativa, a plateia gritou as letras de Linda Martini, em conjunto com André Henriques, vocalista da banda.

Depois do último tema de Marsupial, a banda saiu do palco por instantes, fazendo uma pausa antes do encore. Não tivemos que esperar muito, pois minutos depois os Linda Martini estavam de volta para tocar uma escolha surpreendente dos seus temas. Fizeram-se ouvir, pela seguinte ordem: “Volta”, “Panteão”, “Adeus Tristeza” (uma adaptação do original de Fernando Tordo) e “Ratos”.

Pouco depois da meia-noite, os Linda Martini despediam-se dos fãs: “até à próxima” para quem só ia nesse dia, e “até amanhã” para quem regressava para mais, no dia seguinte.

Dia 27 foi dedicado ao seu primeiro LP: Olhos de Mongol. O concerto começou pouco depois da meia-noite e, à semelhança do dia 26, seguiu o alinhamento do primeiro disco dos Linda Martini. Ecoaram alguns dos temas mais conhecidos, como “Dá-me a Tua Melhor Faca”, “Estuque” e “Amor Combate”, que levaram a plateia do Musicbox ao rubro.

Algures, Hélio Morais, baterista, disse: “hoje estão mais animados”. Era verdade. A energia na sala era completamente diferente: mais energética, ainda que se tivesse conservado a intimidade do dia anterior. Noite dentro, os Linda Martini foram tocando até chegar ao último tema do álbum.

Sem rodeios, optaram por tocar o encore sem sair do palco. Não houve aquele jogo de sedução entre banda e fãs (o “só toco mais se me pedirem”), o que foi bastante satisfatório para mim, que já me sentia exausta, e humilde da parte deles. Uma espécie de “vamos directos ao assunto”. Juntaram-se temas do encore do dia anterior e mais duas canções do álbum mais recente. “Panteão”, “Febril”, “Pirâmica”, “Ratos” e “Adeus Tristeza” encerraram a noite, deixando-nos ansiosos por mais, ainda que cansados.

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