Música

Keira Knightley: Vi, ouvi, apaixonei-me

O outro lado da atriz
Sabia ao que ia sem, no entanto, o saber realmente. Foi amor ao primeiro play. Keira Knightley tem 35 anos e já me fez comprar um bilhete para uma sessão de cinema pelo simples facto de aparecer na ficha técnica. Desta feita, no entanto, tudo foi diferente.

Não escrevo sobre a Keira Knightley dos Piratas das Caraíbas, O Amor Acontece ou Anna Karenina, entre muitos outros títulos; e muito menos escrevo sobre o seu sorriso, accent encantador ou qualidades de representação. Naquela noite, o meu “eu” já estava bem a par de tudo isso. Daí que me tenha sido possível conhecer o outro lado: aquele em que Keira pega na guitarra e no microfone e faz magia. Transforma palavras em melodias, histórias, emoções. Apaixonei-me.

Tudo isto acontece em Begin Again — escrito e realizado por John Carney, protagonizado por Knightley, Mark Ruffalo e… Adam Levine, o vocalista dos Maroon 5, na sua primeira aparição no mundo cinematográfico. O romance (drama?) é palco de uma das maiores revelações deste final de verão e princípio de outono. O soundtrack – prometo-vos – é viciante e rapidamente passa do ecrã para os nossos dispositivos. Do princípio ao fim, Keira enche a película com a sua voz. Em pano de fundo, em grande destaque, de todas as formas possíveis e imaginárias.

BEGIN AGAIN

Por trás de toda a magia há, no entanto, um verdadeiro mago. Gregg Alexander, o principal compositor do soundtrack. Não é o único (a ele juntam-se Danielle Brisebois, Nick Lashley, Rick Nowels e Nick Southwood), mas é o principal responsável por toda a magia. E a partir daí tudo é possível: a sua caneta alia-se ao já bem conhecido por todos Adam Levine e, sobretudo, à revelação, Keira, para trazer algo de novo ao mundo do cinema.

Como diz o ditado, “há males que vêm por bem”. Neste caso, uma separação. E foi essa a rampa de lançamento para que Gretta (Keira) entrasse no mundo da música: primeiro num bar, mais tarde nas ruas de Nova Iorque e, por fim, em toda a internet. O sucesso não se restringe, no entanto, apenas a Begin Again. No mundo real, são já mais de 7 milhões os plays realizados no Spotify, prova do surpreendente (e acima de tudo agradável) sucesso das letras, das melodias e da voz de Keira.

Apaixonei-me. Vi o filme encantado até que, no final, me rendi à voz de Keira. Naquele momento, já não se resumia a Begin Again. Era uma ligação entre a sua voz e o meu gosto musical, entre os dois mundos. Um elo entre nós que se prolongou pelos dias seguintes, de casa para a faculdade, da faculdade para casa, entre tarefas e deveres.
A noite fria, em que a chuva determinava o ritmo de tudo, prolongou-se até aos dias de sol e nuvens seguintes. De ‘Lost Stars’ a ‘Tell Me If You Wanna Go Home’, tinha na memória as imagens, mas era a melodia que me encantava. A cada passo que dava, a cada segundo que passava.

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