1984, de George Orwell
“1984” segue o dia-a-dia de uma sociedade distópica que vive sob um regime ditatorial, dando-nos a conhecer a vida de Winston Smith, o protagonista, um membro das baixas patentes do Governo no poder que se sente frustrado com a omnipresença do partido e do seu chefe máximo, o “Grande Irmão”, que controla todos os aspetos da vida da população.
A figura do “Grande Irmão” criou uma nova língua, a “Novilíngua”, como forma de evitar qualquer tentativa de rebelião contra o regime vigente, reduzindo aos poucos o vocabulário que a população pode utilizar para se exprimir, bem como os chamados “pensacrime”, para tentar controlar até os pensamentos de intuito rebelde que as pessoas pudessem ter, através de aparelhos, os “Telecrãs”, que existem em todas as casas, nos edifícios governamentais e até nas ruas, e que são capazes de captar imagem e som de tudo aquilo que se passa à sua volta. O partido consegue alterar a realidade, interferindo com o país com o qual esta sociedade se encontra em guerra, através da existência de um ministério que faz os cidadãos acreditar nessa nova realidade, dependendo das novas alianças que o governo possa estabelecer. Este partido consegue, através destas medidas e de ameaças ferozes, controlar aquilo em que a população pode pensar, o que pode fazer e até comer. Quem não obedecer às ordens estabelecidas é enviado para o, ironicamente chamado, “Ministério do Amor”, onde são castigados pela sua desobediência, podendo ser fuzilados ou enviados à “Sala 101”, na qual correm rumores de que os presos são sujeitos a todos os tipos de tortura.
O protagonista começa, então, uma rebelião subtil contra o poder instalado, mantendo um diário que contém os seus pensamentos proibidos pelo governo e no qual chega a declarar o ódio que sente ao “Grande Irmão”. Pouco tempo mais tarde, juntamente com Júlia, sua amante e também opositora do poder opressor, começa uma luta pela liberdade, juntando-se a uma sociedade secreta que age contra o governo, comandada por Goldstein, considerado o grande inimigo do governo e da paz social, personagem a quem são, semanalmente, dirigidos os “Dois minutos de Ódio”, durante os quais todos cidadãos devem demonstrar a sua raiva contra o perturbador desta sociedade protegida pelo “Grande Irmão”, que regularmente se dirige à população, em longos discursos visionados nos “Telecrãs”.
A grande pergunta que devemos fazer, depois de Winston se juntar a esta sociedade secreta que age para tentar derrubar o governo, é se esta será realmente capaz de levar a cabo uma revolução que faça cair o poder instalado. Deixo que sejam vocês a dar resposta a esta pergunta, pois o desfecho desta história foi, sem dúvida, um que nunca poderia ter previsto e parece-me um livro que todos devem ler, uma vez que explora temas completamente atuais nesta era dos smartphones, como o controlo dos mass media, a vigilância dos governos e a forma como uma ditadura pode controlar o que pensamos e a forma como vivemos.
Boas leituras e boa semana!
Artigo corrigido por Inês Paraíba
AUTORIA
Olá! Sou do 3.º ano de Relações Públicas e Comunicação Empresarial e faço parte da Capital há um ano e meio. Nas pausas do estudo aquilo que mais gosto de fazer é ler, ouvir música e perder horas a fio a ver todo o tipo de vídeos no Youtube.