As livrarias: a crise provocada pela pandemia de coronavírus e o que podes fazer para ajudar
Devido à pandemia de Covid-19, que fez parar o país e o mundo, e, principalmente, devido ao período de confinamento obrigatório decretado em Portugal, o setor dos livros assistiu a enormes perdas ao mesmo tempo que a venda de ebooks via um aumento – tendência que nos leva a pensar na possibilidade de as editoras alargarem e aumentarem os seus catálogos digitais.
Até meados de 2020, este setor tinha perdido 30% da receita e nem o aumento da venda de ebooks, referido anteriormente, foi suficiente para reverter a tendência de contração deste setor. Como consequência, temos assistido ao fecho de diversas livrarias, principalmente as mais tradicionais que se viram incapazes de o fazer face às despesas após a diminuição repentina das receitas. Mas não são só as livrarias mais pequenas que têm sofrido com esta crise: também os grandes grupos, como a FNAC, que tinha na venda de livros 40% das suas receitas, têm sentido as consequências da pandemia.
Como tentativa de auxiliar este setor, fundamental ao desenvolvimento cultural dos cidadãos, o Ministério da Cultura anunciou diversos pacotes de ajuda, de forma a impedir que parte dos integrantes tivessem de fechar portas. Apesar da implementação destes pacotes, muitas livrarias e editoras consideraram-nos insuficientes e criaram as suas próprias redes de apoio, com o objetivo de conjugar esforços para levar adiante projetos individuais e, ao mesmo tempo, dotar o país de uma rede de livrarias especializadas e de proximidade.
Os últimos meses têm sido realmente complicados para o setor livreiro e, por isso, cabe-nos a todos, enquanto cidadãos e apaixonados por livros, fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para tentar prevenir o fecho destas livrarias.
Alguns dos passos que podemos tomar para ajudar a sobrevivência deste setor podem passar pela compra de livros em livrarias tradicionais que se viram mais afetadas pela pandemia, principalmente na atual era digital, onde se podem encontrar quase todos os livros de diversas editoras disponíveis online e a preços bastante inferiores aos adquiridos numa livraria ou até mesmo de forma gratuita.
Comprá-los nas lojas físicas como forma de auxílio a este setor é um esforço que quase todos podemos fazer, se estivermos dispostos a tal.
Podemos ainda recomendar alguma livraria que conheçamos a um amigo que recorresse, até hoje, apenas aos grandes grupos em centros comerciais e que agora não queira ter de ir a um shopping. Desta forma, indo a uma livraria mais familiar estaria a ajudar a manutenção e a sobrevivência deste setor, ao mesmo tempo que conseguiria comprar os seus livros de forma mais segura.
Vamos todos tentar lembrar-nos de que, agora mais do que nunca, as pequenas livrarias e o comércio local precisam do nosso auxílio para que se consiga evitar a perda de capital cultural insubstituível. Mesmo as mais pequenas alterações, como andar mais alguns quilómetros para ir a uma livraria tradicional, podem alterar o futuro deste setor.
Boas leituras!
Artigo revisto por Maria Ponce Madeira
AUTORIA
Olá! Sou do 3.º ano de Relações Públicas e Comunicação Empresarial e faço parte da Capital há um ano e meio. Nas pausas do estudo aquilo que mais gosto de fazer é ler, ouvir música e perder horas a fio a ver todo o tipo de vídeos no Youtube.