Educação ambiental: a arma para mudar o mundo
Problemas ambientais. As pessoas podem ignorar, mas esta realidade não pode ser negada. Uma grande parte da população não entende ainda a forma como os seus comportamentos podem afetar o planeta. Estamos tão preocupados com o nosso umbigo que não fazemos nada a respeito disso. Qual é o objetivo de lutarmos contra o racismo, a violência, a intolerância e a desigualdade, se no futuro nada disto importará, dado que não lutámos pelo meio ambiente? Vamos acabar por ser todos igualmente extintos. É necessário educar, no sentido de tornar os cidadãos mais atentos aos problemas que afetam o mundo. Só assim será possível garantir as gerações futuras.
A degradação do meio ambiente e as incertezas relativas aos desafios globais são cada vez mais evidentes. As alterações climáticas são o grande problema ambiental que a humanidade terá de enfrentar no decorrer da próxima década. No entanto, não é o único. A verdade é que, para muitos seres humanos, o lucro e a ganância estão acima das necessidades da população. Neste contexto, a humanidade está a causar um impacto muito forte na natureza, provocando poluição atmosférica, terrestre e marítima, a perda do habitat natural dos animais, a escassez dos recursos, a extinção de espécies, entre muitos outros problemas. Todas estas questões acabam por ter implicações negativas na nossa vida, originando doenças, falta de água potável e escassez de alimentos. Quer isto dizer que, para desfrutarmos de uma vida com qualidade, precisamos de um meio ambiente equilibrado.
A educação ambiental é um pilar fundamental, senão mesmo o mais preponderante, para se desenvolver uma consciência mais crítica acerca da sustentabilidade. É essencial tornar os cidadãos responsáveis pela manutenção do planeta enquanto um lugar sustentável. Para tal, esta temática tem de ocupar uma posição central na educação.
De facto, a relação da Humanidade com a natureza poder-se-á degradar, caso a educação ambiental não seja considerada prioridade. É imprescindível que tanto crianças como jovens aprendam, desde cedo, a procurar e a optar por alternativas sustentáveis, visto que este é o único modo de garantir a manutenção dos recursos para as gerações futuras. Esta componente educativa deverá ser transversal a todos os níveis de ensino, para que nos possa preparar no sentido de adotarmos os comportamentos mais corretos. Um exemplo seria ensinar-se como fazer uma gestão responsável dos recursos, nomeadamente da água, não desperdiçando nem utilizando desnecessariamente. Outro seria a redução do consumo de materiais poluentes, como o plástico. Estes são apenas alguns exemplos de comportamentos que podem ser ensinados às crianças na escola, contribuindo para que estas se tornem cidadãs mais atentas e eficientes no que diz respeito a problemas ambientais. Existem ainda muitas escolas que não promovem este tipo de ensinamento, por isso, é fundamental haver uma aposta neste sentido.
A educação e os ensinamentos que nos são dados em criança representam o que nos torna mais conscientes relativamente aos impactos das nossas atividades na natureza. No fundo, acredito que não seja necessário criar uma disciplina para a sustentabilidade, mas deve ser feita uma abordagem mais sistemática e consciente deste tema no âmbito educacional. Debates e discussões entre crianças e jovens, organizados em torno desta problemática, por exemplo, podem contribuir a médio/longo prazo para desacelerar os problemas do planeta e evitar a sua destruição. Do mesmo modo, a criação de atividades e experiências nas escolas – que prezem pela separação do lixo, o uso da bicicleta, o respeito pelos animais e pelas plantas, a redução do plástico – é também um exemplo para incentivar as crianças a cuidarem do planeta.
Segundo Nelson Mandela: “A educação é a arma mais forte que se pode usar para mudar o mundo”. A educação ajuda a preservar o meio ambiente, incentivando as crianças a adotarem decisões sustentáveis que satisfazem as necessidades presentes sem prejudicar as gerações futuras. E porquê as crianças? A verdade é que estas nascem sem qualquer tipo de egoísmo – ao contrário de grande parte da sociedade atual que demonstra muito individualismo e conveniência – e, por isto, ao serem ensinadas desde cedo, podem adquirir melhores práticas para mudar o mundo.
FONTE: Clean Malaysia
A educação ambiental não deve ser apenas a transmissão de informação de adultos a crianças na escola. Deve ser um processo responsável por formar tanto crianças, como adolescentes, adultos ou idosos. A complexidade do tema deve acompanhar a maturidade da faixa etária em questão. Só através de ações coletivas e profundas será possível mudar a forma como encaramos o planeta e a reparação dos nossos comportamentos. Deste modo, os adultos têm um papel extremamente importante, não só no que diz respeito à transmissão dos ensinamentos às crianças, mas também na aplicação desses no seu dia a dia. No mercado de trabalho, especificamente, a sustentabilidade começa a ser levada a sério por muitas das grandes empresas.
A verdade é que a educação ambiental é o ponto de partida para um futuro melhor. Por exemplo, em muitos países asiáticos, por mais triste que seja, as pessoas precisam de usar máscara no dia a dia. Não apenas agora por estarmos a atravessar uma pandemia, mas devido à poluição severa que já existe há muito tempo no país. Por isto e por muito mais é que temos de mudar o mundo. Nunca é tarde demais, mas, se não agirmos agora, esta expressão vai deixar de ter efeito. Se nos juntarmos, conseguimos mudar o futuro. Salvar a natureza significa salvar-nos a nós próprios.
Escrito por Madalena Sales Abrantes
Artigo revisto por Maria Ponce Madeira
AUTORIA
Madalena Abrantes, 18 anos e aspirante a jornalista. É comunicadora de vocação, bailarina de coração e feliz de corpo inteiro. Entre a dança, os seus interesses de culinária, a moda e a solidariedade parece que caminha num projeto de equilibrismo. Mas, a sua grande paixão? Viajar. A sua maior conquista é viver a fazer aquilo de que gosta!