Três álbuns, 133 minutos de música non stop
Todos nós ouvimos música, seja no Spotify, no Youtube ou noutra plataforma. Escolhemos as que mais gostamos, criamos uma playlist e raramente voltamos a ouvir o álbum do início ao fim (a não ser no dia em que são lançados!). Hoje, apresento-vos cinco álbuns que merecem ser aproveitados desde a primeira até à última música.
A Invenção do Dia Claro, Capitão Fausto
Em 2017, os Capitão Fausto foram a São Paulo reinventar-se, depois de três álbuns editados. Chegou a público, em 2019, A Invenção do Dia Claro, gravado nos Red Bull Studio, um álbum que marca a identidade musical da banda. Além das ligações óbvias com o Brasil, Almada Negreiros também tem influência – criando um paralelismo entre a música e a escrita, começando pelo nome da obra, que os artistas consideram uma “feliz coincidência”.
A viagem ao outro lado do Atlântico só trouxe frutos positivos, entre influências de Tim Bernardes ou de Vera Cruz, o álbum tem um sabor paulista com um registo harmonioso, onde cada verso é trabalhado e pensado, conquistando todos os que o ouvem.
Às duas baladas – Amor, a nossa vida e Final – unem-se seis músicas energéticas que nos levam a querer levantar o pé do chão, fazendo com que a ligação entre o pop diferenciador da banda ganhe uma nova vida ao pé do rock-soft.
Swimming, Mac Miller
Mergulhamos profundamente na introspeção e na vulnerabilidade de Mac Miller com o quinto álbum do artista, Swimming. O talento de Mac enquanto músico e produtor é conhecido mundialmente, e este álbum não foge à exceção.
Diferenciado de todos os outros que já tinha editado, em Swimming, o rapper afasta-se da musicalidade a que nos habituou e contraria a expectativa: aposta numa mistura de R&B contemporâneo, jazz e soul, dando continuidade ao projeto The Divine Feminine. São 13 músicas em que a procura de novas águas para nadar relaciona-se com a viagem do autodescobrimento.
Destaque para 2009: uma das canções mais vulneráveis da carreira de Miller, veio comprovar que o hip-hop possui várias vertentes. O canto tornou-se prioridade, fazendo com que as transições entre o grave da voz nos versos, no flow e nas rimas para partes melódicas nos encantassem a todos.
Social Cues, Cage the Elephant
O ano de 2019 foi composto de novos álbuns. À primeira vista, Cage the Elephant parece ser mais uma banda indie com um nome catchy. No entanto, Social Cues veio ajudar na reafirmação do talento e da sonoridade da banda.
É com heavy beats e uma letra arrojada, que Broken Boy abre portas para 13 músicas recheadas de complexas metáforas sobre o divórcio do vocalista da banda. Night running destaca-se pelo seu distanciamento relativamente às outras faixas, muito mais calma, densa e com uma pitada de reggae, funde-se no álbum sem nunca fugir à essência da banda norte-americana.
Em Social Cues, a banda combina de maneira extraordinária a sua musicalidade característica com uma análise vulnerável de como a exaustão pessoal, de relacionamentos e de carreiras se acumula e manifesta.
Fonte da capa: International Federation of Musicians
Artigo revisto por Pedro Silva
AUTORIA
A Mariana, estudante de jornalismo, nunca pensou que a sua vida iria tomar este rumo. Mas, recentemente, descobriu a sua paixão pela escrita e pela comunicação. Aventurou-se na escs magazine para sair da sua zona de conforto e atingir todos os seus objetivos. Curiosa e observadora acredita que este é o lugar certo para ela!