Bem Bom: não tinha como ser melhor
Estreou, dia 8 de julho de 2021, Bem Bom nos cinemas portugueses. O filme, que era suposto ter saído há mais de um ano, finalmente veio. E o sucesso não podia ser maior, uma vez que toda a gente correu para os cinemas e o filme bateu facilmente o recorde português do ano.
É uma Biopic da primeira girl band portuguesa, as Doce, que surgiu no fim da década de 70 e que foi um fenómeno na música portuguesa. Bonitas, talentosas, ousadas – tudo o que o patriarcado não queria ver vingar. A banda acabou por ganhar o Festival da Canção em 1982, vindo depois a representar Portugal na Eurovisão em Inglaterra.
Fá, Teresa Miguel, Lena Coelho e Laura Diogo – interpretadas por Bárbara Branco, Lia Carvalho, Carolina Carvalho e Ana Marta Ferreira, respetivamente – foram, durante parte da década de 80, alguns dos rostos mais conhecidos e adorados no nosso país.
Realizado por Patrícia Sequeira, Bem Bom conta a história das Doce: quatro mulheres irreverentes e corajosas que serviram de inspiração para muitas outras num Portugal preconceituoso, que ainda estava a “sacudir” o Estado Novo da roupa. Num registo completamente fiel ao factos, a película conta também com a presença do cantor e compositor Tozé Brito – quem teve a ideia da formação do grupo –, Cláudio Condé (presidente da Polygram, a gravadora/editora da banda) e ainda de José Carlos, o estilista responsável pela arrojo e sensualidade presentes no tão característico visual das Doce.
O filme conta com a trilha profissional das cantoras, mas também com episódios das suas vidas, o que faz com que o espectador se sinta mais próximo das personagens. Com uma realização espetacular, dentro do orçamento disponível, claro, e com uma interpretação ainda melhor, Bem Bom traz-nos um pouco de tudo: felicidade, conquistas, celebração e humor, mas também muita dor e tristeza.
É, sem sombra de dúvidas, um filme a não perder, não só por ser nacional (atrevo-me a dizer que é um dos meus filmes portugueses preferidos – como é óbvio, temos de apoiar o que é nosso), mas também porque é de facto 1h30 bem passada. Infelizmente, o filme já não se encontra nos cinemas, mas podes assistir à minissérie (uma extensão do filme) no site da RTP Play.
Deixo aqui o trailer do filme, para que, após a leitura deste artigo, fiques ainda com mais vontade de ver esta longa-metragem.
“A vida é demasiado curta. Começa pela sobremesa!”
Fonte de capa: espalhafactos.com
Artigo revisto por Miguel Tomás
AUTORIA
Quase ingressou no curso de cinema aquando do início da sua jornada no ensino superior, porém, à última hora, decidiu que afinal queria enveredar pelo mundo do jornalismo. Veio da área dos números, mas após a sua entrada na ESCS Magazine - que tomou como um desafio - descobriu um gosto imenso pela escrita. Agora, enquanto editora da Secção de 7ª Arte, ambiciona proporcionar o conforto que sentiu quando entrou na Magazine a todos aqueles que, tal como ela, são apaixonados por cinema.