Dia Europeu das Vítimas do Terrorismo: Será possível alcançar uma segurança mundial absoluta?
A segurança coletiva é, atualmente, algo inconstante e imprevisível. Desde o dia 11 de setembro de 2001, tornou-se impossível ignorar esta ameaça que é o terrorismo. A partir do momento em que o país mais poderoso do mundo se viu atingido no seu coração financeiro, Nova Iorque, e no seu centro político-militar, Washington, a segurança mundial nunca mais foi a mesma. Mas a verdade é que pessoas inocentes continuam a morrer por todo o mundo. Em honra e em memória de todas as vítimas que, infelizmente, perderam a vida durante ataques terroristas, celebra-se hoje, dia 11 de março, o dia Europeu das Vítimas do Terrorismo.
Esta data é fundamental para que não se esqueçam as pessoas que foram assassinadas por causas radicais e atos terríveis. É importante relembrar que, nos atentados, as vítimas não são apenas aquelas que são diretamente atingidas, mas também pais, irmãos, familiares e amigos que perderam, para sempre, um ombro amigo. Eram pessoas com nomes, com rosto e com histórias de vida que foram violentamente interrompidas. Através desta homenagem, pretende-se consciencializar a opinião pública e os governos para a necessidade de combater o terrorismo e de defender os Direitos Humanos de toda a população.
Será mesmo possível acabar com o terrorismo?
É a resposta a esta questão que vou explorar ao longo deste artigo. Por terrorismo entende-se “o conjunto de atos violentos e intimidatórios contra vítimas indiscriminadas, bens materiais e/ou governos, a fim de obter mudanças políticas, sociais, religiosas”. Visa criar na sociedade sentimentos coletivos de medo e de insegurança. As células terroristas são organizações bem estruturadas, autónomas entre si e com acesso facilitado a armas e a dinheiro que aproveitam as novas tecnologias de informação e de comunicação para obter informações. Embora o terrorismo não seja um fenómeno completamente novo, o período posterior a 1990 assistiu a uma escalada terrorista que assumiu proporções inesperadas, ignorando fronteiras e constituindo um verdadeiro desafio para todos.
Desde o início do século XXI, a Europa tem sido alvo de uma série de atentados terroristas, destacando-se os terríveis episódios em Madrid (11 de março de 2004) e em Nice (14 de julho de 2016). São acontecimentos que assombram o continente europeu. Na realidade, a esmagadora maioria dos atentados não é realizada em solo europeu, nem americano. Efetivamente, a “lei” da proximidade leva-nos a ter maior interesse e piedade em relação aos acontecimentos que nos são mais próximos, mas é primordial deixar claro que o terrorismo é um fenómeno que acontece em todos os cantos do mundo.
Atualmente, é impossível ignorar os problemas relativos à segurança coletiva. Haverá uma solução para esta problemática? Será possível alcançar uma segurança mundial absoluta? Impossível não é. Todavia, é um processo que irá levar muito tempo e que irá precisar da união de todos os países. Para além disto, será necessário um grande financiamento e uma radicalização nos controlos fronteiriços. A verdade é que a luta antiterrorista é feita, em grande parte, pelos Governos e pelas grandes organizações mundiais. No entanto, cada cidadão também pode e deve fazer a sua parte, estando atento a potenciais riscos e a qualquer forma de extremismo.
Atualmente, a União Europeia apresenta algumas medidas para prevenir novos ataques, incentivando, por exemplo, a criação de políticas e de programas para impedir a circulação livre de possíveis terroristas na União Europeia. Para isso, diversos países controlam as suas fronteiras de forma rigorosa – através de passaportes – e existe também um registo de identificação de passageiros.
Mas a verdade é que muitos terroristas utilizam identidades falsas para evitar autoridades fronteiriças e policiais. É por isto e por casos muito similares que se torna imprescindível a troca de informações entre todos os países. É, de facto, muito importante a partilha recíproca de dados entre as entidades competentes de todo o mundo. Para além disto, é imprescindível acabar com o financiamento do terrorismo, aumentando a transparência das empresas no que toca às pessoas por detrás delas, tendo acesso aos registos financeiros e lidando com os riscos associados às moedas virtuais e aos cartões pré-pagos anónimos.
Estas medidas são apenas um começo para o fim do terrorismo. É possível haver paz, mesmo que esta não seja absoluta. Sabotagem, atentados, assassinatos, sequestro de aviões e tomada de reféns são ações que ainda acontecem e que poderão continuar a acontecer. Numa época em que as informações, os pensamentos e as imagens viajam por todo o mundo instantaneamente, a resposta aos ataques terroristas não pode apenas ter por base os recursos militares e a imposição da lei. É necessário um grande esforço coletivo para vencer uma guerra de ideais, uma guerra de vontades.
Como consequência de todos os atentados que têm vindo a ocorrer principalmente na última década, a noção de terrorismo, em grande escala e perto de todos nós, passou a ser uma constante. Resultados? Não vão ser fáceis e muito menos imediatos. No entanto, é muito importante influenciar todos os cidadãos a refletir sobre o terrorismo na atualidade. Se mudarmos a perspetiva de pensamento, talvez seja um fraco começo. Mas, pelo menos, é um começo.
Artigo revisto por Andreia Custódio
AUTORIA
Madalena Abrantes, 18 anos e aspirante a jornalista. É comunicadora de vocação, bailarina de coração e feliz de corpo inteiro. Entre a dança, os seus interesses de culinária, a moda e a solidariedade parece que caminha num projeto de equilibrismo. Mas, a sua grande paixão? Viajar. A sua maior conquista é viver a fazer aquilo de que gosta!