“Solum” – O mais recente thriller português
A mais recente produção portuguesa, realizada por Diogo Morgado, conta com a participação de um elenco nacional e internacional. Peculiarmente/curiosamente é todo ele falado em inglês e o facto de ter sido gravado no ambiente exótico e envolvente do arquipélago dos Açores constitui um ponto positivo a seu favor pelo cariz mágico da ilha e ao mesmo tempo por estar próxima da nossa realidade.
A temática principal incide sobre o Homem como cerne do mundo, dotado de uma incrível capacidade de adaptação e instinto de sobrevivência – é capaz de provocar a destruição. Apesar disso, é também incrivelmente habilidoso para provocar a mudança. Promovido por um reality show televisivo onde cada concorrente apenas pode levar consigo o essencial para a sua sobrevivência, a mensagem transmitida é não só ambiental como faz os espectadores refletirem sobre questões da vida moderna e os problemas da atualidade.
Toda a ação se desenrola numa realidade virtual e a boa qualidade de imagem e alguns efeitos especiais são fatores favoráveis do filme. Não obstante, aparenta ser muito confuso, sobretudo porque o desenrolar das ações é pouco explícito e os efeitos sonoros além de serem de baixa qualidade, são muito expectáveis.
A verdade é que em muito se assemelha a outras produções americanas, como por exemplo as trilogias “Hunger Games”, de Suzanne Collins, e “Divergente”, de Veronica Roth. Assim, a tentativa de diferenciação não foi bem sucedida nem executada. Está, de facto, muito “americanizado”, o que acaba por atribuir uma certa estranheza ao conteúdo. É também inevitável a comparação com outras grandes obras cinematográficas e, consequentemente, a desilusão inerente a esta.
No entanto, o recurso à ficção científica apresentada no trailer para a concretização da história atribui, desde logo, uma grande expectação em relação ao que dali viria.
Por fim, a própria conclusão da história é confusa, trágica e ao mesmo tempo inconclusiva – algo que provoca sempre alguma agitação; não tranquiliza, mas sim inquieta o espectador.
“Sobreviver é apenas o começo”. Será que o início desta nova era, com novos seres, novas regras, está ao alcance da imaginação de qualquer um?
Revisto por Catarina Santos