Amanda Knox, assassina ou inocente?
Em novembro de 2007, numa pequena vila de Perugia, em Itália, Amanda Knox, uma jovem inglesa em Erasmus, encontra a sua companheira de casa morta no chão. Este é o começo de uma das investigações mais mediáticas do século XXI.
Amanda Knox é um documentário provocador da Netflix, que prende a atenção ao ecrã. A história é contada por várias entrevistas de quem viveu a história em primeira mão, incluindo os principais suspeitos, Amanda e o seu namorado, na altura, Raffaele Sollecito, mas também do promotor Giuliano Mignini e do jornalista Nick Pisa.
Todos estes contribuíram para a mediatização do caso, que foi notícia de primeira página, durante meses, em jornais por todo o mundo.
Amanda Knox estava num novo relacionamento e, após passar a noite com o seu namorado, regressa à sua casa na manhã seguinte. A mesma afirma que foi surpreendida com a porta da frente aberta, mas as pistas de que algo estranho se passava não pararam aí. Quando foi tomar um duche, reparou que havia sangue no chão e que a sanita estava suja.
Amanda, preocupada, bate à porta da sua companheira de quarto, Meredith Kercher, mas não obtém resposta. Quando a polícia chega ao local, encontra a britânica de 21 anos assassinada.
Knox e o namorado italiano, Rafaelle Sollecito, foram acusados de homicídio. Foram condenados a 25 e a 26 anos de prisão, respetivamente. Porém, quatro anos depois, Amanda e Rafaelle foram ilibados do crime.
Contudo, a dúvida persiste sobre o que terá acontecido naquela noite, sendo que o comportamento suspeito de Amanda convenceu a maioria dos italianos de que esta era a assassina. Há várias teorias que são abordadas no documentário, desde jogos sexuais a agressão e violência psicológica entre Amanda e a companheira de quarto.
Amanda Knox é um documentário a não perder por todos os amantes de investigação. Este tem a particularidade de ter os dois principais suspeitos de assassinato como vozes ativas na narrativa.
Ao longo de 1h30, são abordados diversos pontos de vista sobre como poderá ter sucedido o crime. O documentário acaba com pontas soltas e ainda com mais perguntas do que no início, mantendo-se o mistério: alguma vez os verdadeiros assassinos serão levados à justiça? No final, fica em aberto para cada espetador qual será o culpado mais provável.
Tal como o nome indica, o documentário foca-se sobretudo em Amanda Knox. Porém deveria ter sido dada maior cobertura à verdadeira vítima da situação, a Meredith Ketcher. Foi dado a conhecer pouco sobre a jovem e, em poucos momentos, foram mostrados os seus familiares e o seu papel no caso criminal.
Acima de tudo, o documentário Amanda Knox conta-nos um mistério que não acaba com os créditos finais.
Fonte de capa: Netlix
Artigo revisto por Inês Pinto
AUTORIA
A Matilde sempre sonhou em ser jornalista. Isto depois de ter desistido das suas aspirações de astronauta do jardim de infância, por estar sempre na lua. É apaixonada por histórias independente do formato onde estas estejam. Procurou a ESCS Magazine para contar algumas das suas. É licenciada em Ciências da Comunicação, e atualmente frequenta o mestrado de Jornalismo da ESCS.