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Crime Scene: O Mistério do Hotel Cecil

Nota: Este artigo contém spoilers!

O documentário Crime Scene: The Vanishing at the Cecil Hotel estreou na Netflix recentemente. Com quatro episódios, cada um com cerca de cinquenta minutos, esta série rapidamente se tornou num fenómeno e num sucesso mundial no que toca às audiências.

Fonte: Netflix

Do criador do documentário The Ted Bundy Tapes, esta série acompanha todos os momentos e teorias que envolvem o desaparecimento da jovem Elisa Lam, que tinha decidido ir fazer uma viagem pelos Estados Unidos da América. Sozinha nesta aventura, a jovem prometeu aos pais que lhes daria notícias todos os dias. Quando isso não aconteceu, a família ficou preocupada e deu-a como desaparecida.

Sabendo que Elisa estava hospedada, aquando do desaparecimento, no hotel Stay On Maine – que faz parte do Cecil Hotel, mas que foi remodelado para ser mais atrativo para os turistas – a investigação começou por aí.

Como o Cecil Hotel fica na Skid Row, uma zona muito perigosa da cidade de Los Angeles, a polícia pensou que fosse só mais um desaparecimento no meio de tantos outros que ocorriam diariamente naquele local. O facto de o hotel ter um vasto histórico de suicídios e de mortes também não ajudou.

Contudo, a LAPD (responsável pelo caso) rapidamente percebeu que existia algo de estranho neste caso, porque a jovem havia deixado no hotel todos os seus pertences, desde a carteira ao telemóvel e computador.

Fonte: Netflix

Depois de horas de investigação que não davam em nada, os polícias finalmente descobriram algo estranho quando verificaram as câmeras de segurança. Num vídeo de quatro minutos, Elisa aparece num dos elevadores do Cecil Hotel (os elevadores do Stay On Maine e do Cecil eram comuns) a ter um comportamento extremamente bizarro, como se estivesse sob o efeito de drogas pesadas.

Na altura, a polícia decidiu disponibilizar o vídeo para o público, o que fez com que o caso ganhasse bastante popularidade e se tornasse num verdadeiro sucesso mediático. Diversos youtubers e investigadores da Internet ficaram obcecados com Elisa e analisaram o vídeo ao máximo, gerando muitas vezes teorias e pistas falsas. No fundo, estes “investigadores” colocaram várias vezes o trabalho da polícia em causa e o destaque que têm no documentário deveria ser muito menor.

Na foto da esquerda, o Cecil Hotel. À direita, Elisa Lam. Fonte: Next Episode

Infelizmente, e apesar de todos os esforços, o corpo de Elisa foi descoberto 19 dias depois do seu desaparecimento numa caixa de água no terraço do hotel. Curiosamente e de forma algo macabra, os novos donos do hotel estão atualmente a estudar a ideia de construir uma piscina naquele mesmo terraço.        

Como Elisa sofria de bipolaridade, não estava a tomar devidamente a medicação e a autópsia não revelou sinais de violência, o caso foi encerrado e considerado um acidente. Mesmo assim, muitos ainda o consideram um mistério, talvez porque não aceitem que a jovem possa simplesmente ter tido um surto psicótico que a fez cair no tanque de água.

Em geral, para quem não conhece o caso de Elisa Lam, este é um documentário bastante completo, porque é um apanhado de todas as teorias que foram criadas ao longo dos anos e da sua explicação por parte tanto dos investigadores da Internet como da polícia. Contudo, o documentário é demasiado longo, porque repete várias vezes as mesmas informações, o que faz com que o espetador perca a atenção rapidamente. Para além disso, gastar mais de 30 minutos a explicar um vídeo de 4 minutos e mencionar o mesmo vídeo em quase todos os episódios também não foi uma grande decisão.

Crime Scene: The Vanishing at the Cecil Hotel é certamente um bom documentário para assistires se és fã de mistério e de crime! Mas lembra-te sempre de que esta série conta uma história real e, portanto, não podes esperar que o final fosse algo mais impactante.

Artigo revisto por Inês Pinto

Fonte da foto de capa: CNET

AUTORIA

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Sempre gostou de escrever e comunicar. As séries ocupam grande parte da sua vida e, por isso, tenta sempre dar o seu toque pessoal a todos os artigos que escreve.  Com 20 anos, Inês não tem dúvidas que o seu futuro passa pelo jornalismo e sobretudo pela comunicação.