Artes Visuais e Performativas

Rubrica Videojogos

Nesta rubrica irei abordar vários aspectos do amplo mundo dos videojogos. Começo por abordar o mercado actual das consolas. Curiosos?

Dos clássicos Dualshock ao mobile, qual o futuro?
Não jogo o suficiente, nem nunca joguei, para me considerar um gamer. Já me chamaram viciado, em tempos, mas sempre tive a mania de encalhar nos mesmos jogos dia e noite e não de diversificar e explorar na íntegra este complexo universo. Ainda assim, e sem contar com memórias escassas da mítica Mega Drive, tive a sorte de ter em mãos várias consolas, em parte minhas, em parte através de amigos ou feiras de videojogos, entre as quais os Gameboys, Color e Advance, as Playstations 1,2 e 3, a , Nintendo DS e Nintendo Wii. O portátil era outra consola: online ou singleplayer, foi mais uma das ferramentas utilizadas. Mas quais destas ainda se jogam? E porquê?

Sony x Microsoft – a luta pelo progresso
Não vos consigo retratar a realidade global, pelo menos porque o mercado asiático é manifestamente diferente do Europeu. No entanto, posso falar sobre a realidade que nos é próxima. Imaginem-se numa loja de tecnologias de uma grande superfície comercial. Dirigem-se à secção dos jogos, olham à volta, e o que encontram? Uma cada vez menor diversidade de videojogos. Os jogos para a Playstation 2, como era aliás expectável que acontecesse, desapareceram, e os da 3 para lá caminham – foram substituídos por jogos muito mais evoluídos e dotados de melhorias audiovisuais que criam uma atmosfera de jogo muito mais envolvente e que os aproxima muito mais do incrível progresso tecnológico que afectou o cinema moderno.

Falamos das Playstation 4, cuja grande rival é a Xbox One. A Xbox nunca me chamou muito a atenção, talvez porque os jogos que nela rodavam se destinavam a um nicho ao qual eu nunca senti pertencer, com uma diversidade muito reduzida. A verdade é que a consola da Microsoft evoluiu de tal maneira que, para além de concorrer lado a lado com a PS3 no perfeccionismo dos detalhes, é já uma fonte completa de entretenimento, possuindo entre múltiplas funções o acesso aos canais de TV e à Web. Uma estratégia inteligente para prender os jogadores à consola o dia todo. Ainda assim, a Sony parece levar clara vantagem sobre os rivais dos Estados Unidos no que toca à conquista do mercado.

Rubrica Videojogos 1 Frederico Mendonça corpo do artigo 1

#Somostodosgamers
Pessoalmente, e por mais que me fascinem os gráficos que estas consolas nos possibilitam, prefiro os tempos das suas antecessoras. Em primeiro lugar, a diversidade do gameplay era maior em muitos casos, e, em segundo, considero os jogos de hoje demasiado virados para os ditos gamers, jogadores experientes e dedicados que inspeccionam, valorizam e criticam ao mais ínfimo pormenor, aqueles que esperam ser surpreendidos a cada jogo e que não se importam de pagar bem por uma obra-prima. Por vezes sinto que faltam jogos para um público mais jovem, ou com menos disponibilidade, os casual gamers. Faltam jogos para todos os gostos, jogos práticos, jogos que puxem pela cabeça sem nos tomarem demasiado tempo ou sem nos darem uma quantidade massiva de trabalho. É aqui que entram os jogos para iOS e Android. O facto de serem práticos, de aprendizagem fácil, de gráficos simples e de mecanismos de jogo viciantes tornam os jogos mobile num inesperado titã. Isto, claro, aliado com dois factores: o preço, em primeiro lugar, uma vez que a maioria dos jogadores não pretendem investir muito dinheiro em jogos, por não ter tempo de os jogar, e porque nas sociedades actuais a ideia de ter as coisas sem ter que pagar começa a ser cada vez mais comum, muito por culpa da fácil e crescente pirataria de música, filmes e software. E em segundo, a portabilidade dos mesmos, que possibilitam momentos de diversão em longos períodos de espera, em qualquer circunstância. Este mercado aliás cada vez mais aposta dos game developers, sendo que o WindowsPhone vai espreitando sorrateiramente por oportunidades por entre os dois grandes opositores.

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O estranho caso da Nintendo
A gigante japonesa anda a passar um mau bocado. Os seus lucros têm caído bastante nos últimos anos, muito por culpa do tremendo flop que foi a Nintendo Wii U. Tendo apenas vendido 10 milhões de unidades, encontra-se ainda distante dos números alcançados pela Gamecube, que, na sua época, não chegou a atingir os 22 milhões, constituindo por isso um dos maiores fracassos da empresa, que é conhecida por inovar na jogabilidade, tendo tido um excelente feedback quanto lançou as consolas NintendoDS (os famosos dois ecrãs, um para ver, outro para tocar – dualscreen) e a Wii. O que falhou então nesta nova consola, que, dito de uma forma simples, incluiu um ecrã no comando da consola? Se é certo que o presidente Satoru Iwata reconheceu que o seu preço estava demasiado elevado, eu cá sou da opinião de que as pessoas estranharam mas não chegaram a entranhar. Pareceu forçado. Tentou-se inovar, mas quando se olha para a Wii U, vê-se apenas a Wii “clássica”. Quanto à NintendoDS, destinada a um público mais jovem, continua a ser garantia de vendas, embora já não seja uma novidade. Mas será que não vai perder lugar para as aplicações para mobile?

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Gamer que é gamer, joga no PC!
Pois é, é esta a ideia que se costuma ter de um gamer e o tópico que conclui este artigo. O computador é o paraíso da grande maioria dos jogadores assíduos, e são eles as pessoas indicadas, e não eu, para referirem os pontos fortes do mesmo no que toca a gaming. Ainda assim posso referir que sem dúvida o que está na moda é jogar online em regime free-to-play. Veja-se o fenómeno crescente League of Legends. Para os que preferem jogar offline, a oferta de videojogos ainda é elevada e tenta, aos poucos, aproximar os computadores das outras consolas, através de títulos como Halo.

Videojogos. Isto de querer fazer consolas novas com este e aquele detalhe já não me cativa como cativava. Não enquanto a oferta de jogos não crescer um pouco mais.

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