Squid Game: o thriller mais assustador da Netflix
O que farias se um estranho te abordasse e te pedisse que jogasses com ele, enquanto esperavas pelo metro? Mas e se ele te oferecesse dinheiro no caso de ganhares?
Parece só uma pergunta hipotética, mas foi o que aconteceu a Seong Gi-hun, um homem falido pelo vício do jogo, que vivia com a mãe e que tinha poucos meios para sustentar a filha, após o divórcio.
É claro que ele decidiu jogar. E sim, ele ganhou o jogo.
Mas a história deste homem não podia ser tão simples; nem sequer faria jus às altamente comentadas cenas violentas e sangrentas de Squid Game. Coincidência ou não, a série estreou na época de Halloween e apenas quatro dias depois era o primeiro programa sul-coreano a ser considerado o n.º 1 da Netflix.
E é a partir deste parágrafo que os leitores que ainda não viram todos os episódios de Squid Game avançam à sua conta e risco.
Algum tempo depois da sua vitória no jogo de cartas, Seong Gi-hun recebe um cartão a informá-lo de um novo jogo.
É claro que ele decidiu jogar. E sim, ele ganhou o jogo (de novo).
Este jogo não era tão simples quanto um jogo de cartas, no qual o seu maior risco era uma chapada na cara. Mas era mais aliciante; era cerca de 33 mil milhões de vezes (ou de euros) mais aliciante.
Para arrecadar esse valor, apenas teria de ganhar jogos infantis de crianças – algo aparentemente fácil, se não fosse o modo como os jogadores são eliminados: com a morte. Várias cenas detalham os violentos homicídios que acontecem mesmo após os espectadores se apaixonarem pela história de alguns jogadores.
Seong Gi-hun adotou um plano particular para vencer: formou um grupo com um ex-aluno de uma conceituada faculdade, com um trabalhador fabril, uma rapariga jovem e um… idoso?
Idoso esse que era o grande cérebro por detrás dos squid games, facto que só revela nas portas da morte – não nas “primeiras” portas da morte, mas sim nas “segundas”. Ou seja, não na sua morte encenada no jogo, que daria vontade a qualquer um de chorar, mas sim à verdadeira morte desta personagem, já fora daqueles labirintos, num luxuoso edifício.
Após a personagem principal assistir à perda do criador do pior jogo já inventado, dos seus amigos e de centenas de participantes, esta série poderia terminar com um final feliz para Seong Gi-hun.
O vencedor de squid games dirigiu-se ao aeroporto, embarcou e mudou-se para os Estados Unidos para estar ao lado da sua filha. Mas, no último segundo, ele voltou para trás, decidido a acabar o jogo. E é neste suspense que irá retomar a tão aguardada segunda temporada.
O que inspirou “Squid Game”?
A ideia para a série nasceu em 2008, inspirada em eventos reais; mais concretamente, inspirada na grave crise económica desse ano. Durante esse período, surgiram várias redes sociais e os jovens de todo o mundo começaram a investir as suas poupanças em moedas digitais. Anos depois, outro evento inspirou o criador de Squid Game, tal como este afirmou em outubro, numa entrevista para o The Wrap: “O Donald Trump tornou-se presidente dos Estados Unidos, algo que apresenta semelhanças com os VIPs dos squid games. É como se ele (o Donald Trump) estivesse a dirigir um jogo – não um filme –, mas de terror. Após todos estes problemas se terem sucedido,pensei que era mais do que tempo para esta série ser vista por todo o mundo”.
O Squid Game é uma alusão ao capitalismo?
Sim.
E foi algo que o criador da série confirmou à Forbes:
“Eu queria escrever uma história que fosse uma alegoria ou uma fábula sobre a sociedade capitalista moderna; algo que retratasse uma competição extrema; algo como a competição extrema da vida”.
Fonte da capa: Deadline
Artigo revisto por Andreia Custódio
AUTORIA
A Matilde sempre sonhou em ser jornalista. Isto depois de ter desistido das suas aspirações de astronauta do jardim de infância, por estar sempre na lua. É apaixonada por histórias independente do formato onde estas estejam. Procurou a ESCS Magazine para contar algumas das suas. É licenciada em Ciências da Comunicação, e atualmente frequenta o mestrado de Jornalismo da ESCS.