A época do trick or treat está de volta e ninguém vai querer perder esta oportunidade para reunir familiares e amigos à volta da televisão. Por isso, a ESCS Magazine apresenta uma lista de filmes para todos os gostos: dedicados a personagens femininas marcantes, que não metem medo a ninguém e ainda LGBTQ+ friendly. 

Personagens femininas marcantes

Midsommar

Um grupo de amigos voa até um local remoto na Suécia para participar numa celebração pagã que só acontece uma vez a cada 90 anos. No entanto, as festividades revelam-se mais assustadoras do que aquilo que poderiam imaginar. 

Dani (Florence Pugh) é a personagem principal que, no final, tem em mãos uma difícil escolha que pode afetar todo o culto. O grupo é ainda composto por Christian (Jack Reynor) –  o namorado de Dani -, Pelle (Vilhelm Blomgren) – o responsável pela viagem a Hårga -, Josh (William Jackson Harper)- um ambicioso estudante que quer estudar a comuna – e Mark (Will Poulter) – um rapaz que apenas deseja ter encontros sexuais com as nativas. 

Midsommar é um extraordinário filme que, de uma forma habilidosa, consegue contrastar as paisagens encantadoras da natureza sueca com cenas brutais de terror e de rituais mortíferos. Para além disso, a atriz inglesa de 26 anos desempenhou um poderoso e extraordinário papel, sendo este reconhecido por todos os críticos. 

Raw

Justine (Garance Marillier) é uma jovem vegetariana que começa a frequentar o primeiro ano do curso de veterinária na mesma faculdade que a irmã mais velha, Alexia (Ella Rumpf). Durante algumas atividades de integração, Justine é forçada a comer carne animal pela primeira vez, o que provoca mudanças drásticas na sua vida.

O que inicialmente é considerado uma intoxicação alimentar, torna-se num pesadelo para a vida da estudante e de todos aqueles que a rodeiam. 

Raw é um filme francês que esteve debaixo de algumas polêmicas, sendo que a sua estreia no Festival de Toronto foi marcada por desmaios durante a sessão. O filme diferencia-se pela sua forma pouco tradicional de “assustar” o espectador: troca os jumpscares por um terror mais intenso. Garance Marillier distingue-se pela sua atuação intensa, que deixa todos os espectadores com vontade de nunca mais comer carne. 

Friday the 13th

Tudo começa em 1980, numa sexta-feira 13, quando Jason Voorhees (Derek Mears) vê a mãe ser decapitada. Decide nunca sair de Crystal Lake, o que faz com que as pessoas acreditem que esteja morto, mas, pelo contrário, Jason ganha uma força sobrenatural. 

Passados 20 anos, um grupo de amigos vai até ao lago onde acabam todos mortos, exceto Whitney (Amanda Righetti), que é dada como desaparecida. Passadas seis semanas, o irmão vai em busca dela, o problema é que não estava pronto para aquilo que ia encontrar. 

Friday the 13th é o 12º filme dirigido por Marcus Nispel de uma sequência iniciada em 1980. Uma vez que este é um remake de 2009 de uma série de filmes muito aclamados, considera-se que corresponde às expectativas, no entanto, não oferece novos sustos aos fãs. 

Nada assustadores

The Nightmare Before Christmas

The Nightmare Before Christmas conta a história da peculiar Cidade de Halloween, um mundo cheio de personagens singulares: monstros, fantasmas, duendes, vampiros, lobisomens e bruxas. 

Jack Skellington (Danny Elfman) é o rei das abóboras. Este é o grande responsável pela celebração anual do Dia das Bruxas, no entanto está cansado de repetir esta festividade. O filme vai desvendar de que forma estas personagens trocam o assustador espírito do Halloween por um doce espírito natalício. 

Nada grita tanto Halloween como os incríveis filmes stop-motion de Tim Burton. The Nightmare Before Christmas, que estreou em 1993, deu origem a um dos musicais mais marcantes do percurso do cineasta. Um filme cativante que de uma maneira criativa interliga duas épocas festivas adoradas pelo público, tornando-o num clássico de Halloween. 

Corpse Bride

Quando uma noiva morta fica convencida de que foi pedida em casamento por um jovem rapaz, esta leva-o rapidamente para a Terra dos Mortos.

Esta é a história de Victor (Johnny Depp), um rapaz que na noite em que ia casar com Victoria (Emily Watson) decide ensaiar os seus votos numa floresta. O grande problema: Victor mete a aliança naquilo que pensava ser um tronco, o que acaba por ser o braço de Emily (Helena Bonham-Carter), uma noiva que foi assassinada quando fugiu com o seu amor. 

Corpse Bride é um filme de animação que, ao misturar a realidade com a fantasia, consegue atravessar gerações e torna-se num dos preferidos dos fãs de Tim Burton. Do mesmo modo, convida o espectador a apaixonar-se pelas peculiaridades de cada personagem.

Hocus Pocus

Em 1693, em Salem, as irmãs Sanderson descobrem um feitiço que as torna mais jovens a troco de crianças inocentes. Depois de cometerem o crime, a população da cidade une-se para levar Winifred (Bette Midler), Mary (Kathy Najimy) e Sarah (Sarah Jessika Parker) à força. No entanto, antes do julgamento final, as três irmãs lançam uma maldição sobre Salem: quando alguém virgem acender a vela da chama negra na noite de Halloween, as três bruxas renascem dos mortos.

Trezentos anos depois, em 1993, os irmãos Dani (Thora Birch) e Max (Omri Katz), acompanhados pela amiga Allisson (Vinessa Shaw), decidem explorar a antiga casa das irmãs Sanderson durante a noite de Halloween. Max acaba por acender a vela da chama negra, ressuscitando as três bruxas. Assim, os jovens são obrigados a resolver a grande maldição das irmãs Sanderson, que ameaçam vingar-se de toda a população de Salem.

Hocus Pocus, de 1993, reúne todos os elementos perfeitos para a época mágica do Halloween: bruxas, feitiços, um cemitério misterioso, um livro de magia e um gato preto. Tudo isto acompanhado de muito humor e diversão direcionados para o público mais jovem, o que o torna num filme perfeito para ser visto em família. As irmãs Sanderson podem ser igualmente encontradas na nova sequela, Hocus Pocus 2, que estreou em 2022.

LGBTQ+ horror friendly

They/Them

Um grupo de adolescentes participa num campo de conversão para pessoas LGBTQ+. Enquanto lidam com provas físicas e enfrentam desafios psicológicos desconcertantes, os jovens são ameaçados por um serial killer que começa a atacar os funcionários da instalação.

Apesar de o Campo Whistler ser apresentado como um local seguro e inclusivo que não converte pessoas à força, a realidade revela-se muito diferente. Jordan (Theo Germaine), uma pessoa transsexual e não-binária, é a personagem principal da trama, que se vê envolvide nos desafios físicos e psicológicos propostos pelos orientadores, até se encontrar frente a frente com o temido assassino.

They/Them é uma boa surpresa do género slasher, que vira o tabuleiro e inverte as regras do jogo. Apesar de as “presas” serem os jovens, são os orientadores conservadores os “predadores” que são caçados pelo assassino disfarçado. Os motivos e a verdadeira identidade do serial killer revelam a boa estrutura narrativa do filme, mas o fator surpresa fica de fora.

The Fear Street Trilogy

A trilogia de terror da Netflix é baseada nas obras de Robert Lawrence Stine. Os três filmes estão interligados narrativamente e partilham o mesmo elenco, que representa diferentes personagens em cada instalação.

Em Fear Street Part One: 1994, depois de diversas mortes trágicas, um grupo de adolescentes enfrenta uma força misteriosa que ameaça a cidade de Shadysidehá vários séculos. Em Fear Street Part Two: 1978, um serial killer ameaça as vidas dos jovens presentes no Campo Nightwing, transformando o local num verdadeiro campo de batalha entre a vida e a morte. Fear Street Part Three: 1666 recua até à origem da maldição de Shadyside, reencontrando as personagens em 1994, que continuam a lutar pelo futuro da cidade.

The Fear Street Trilogy é uma grande surpresa no catálogo da Netflix, que se destaca pela forte componente narrativa e pelas interpretações de tirar o fôlego. A trilogia é uma homenagem a vários sub-géneros de terror e a filmes como Scream, Friday the 13th e The New World. Por isso mesmo, reúne todos os elementos para uma ótima maratona de Halloween.

Bodies Bodies Bodies

Um grupo de amigos ricos reúne-se numa mansão durante a passagem de uma tempestade noturna. A festa começa com alguma tensão, mas todos decidem descontrair com o jogo Bodies Bodies Bodies. A noite torna-se sangrenta e imprevisível quando os elementos do grupo começam a aparecer mortos pela casa. A desconfiança instala-se entre todos os presentes: quem é o assassino?

Sophie (Amandla Stenberg) e a namorada Bee (Maria Bakalova) viajam até à mansão de David (Pete Davidsonn), perdida no meio de uma floresta, onde encontram Jordan (Myha’la Herrold), Emma (Chase Sui Wonders) e Alice (Rachel Sennott), com o namorado Greg (Lee Pace). O grupo aborda temáticas atuais, como a sexualidade, religião, álcool, drogas e muitas questões existenciais, todas direcionadas para o público-alvo do filme.

Bodies Bodies Bodies brilha e surpreende pela escrita cómica e magnífica, revelando-se uma verdadeira surpresa do início ao fim. Com momentos tensos, dramáticos e de verdadeira comédia, a longa-metragem demarca-se pelo forte elenco feminino. Mais uma vez, o cinema de género é utilizado como crítica à sociedade e, desta vez, é feita uma crítica à geração Z. Aqui está uma ótima desculpa para reunir um grupo de amigos numa noite de cinema aterrorizante.

Fonte da capa: TecheNet

Artigo revisto por Mariana Saião