O que se passa em Ceuta?
Na passada segunda-feira, cerca de 8000 migrantes, incluindo 1500 menores, entraram ilegalmente em Ceuta – território espanhol – a nado ou a pé. Com a ajuda de embarcações insufláveis, de garrafas de água ou através das tentativas para trepar as cercas que delimitam a fronteira entre o território espanhol e o marroquino, os migrantes foram chegando entre os dias 17 e 18 de maio.
A polícia e o exército espanhol dirigiram-se, na terça-feira, à praia de El Tarajal, onde se encontrava a maior parte dos migrantes. Cerca de 4 mil migrantes foram devolvidos nas horas seguintes.
Segundo as autoridades espanholas, o número de chegadas de migrantes foi um recorde. Para acolher os adultos antes da sua deportação, foi disponibilizado o principal estádio de futebol de Ceuta. Já os menores foram enviados para armazéns geridos pela Cruz Vermelha e outras organizações.
Na quarta-feira, a passagem de fronteira do Tarajal foi encerrada. Até então, o Governo marroquino não se tinha manifestado sobre o assunto.
No dia seguinte, a Ministra da Defesa Espanhola, Margarita Robles, deixou um aviso “muito claro” a Marrocos: Espanha não ia aceitar chantagens e a integridade territorial não era negociável, nem estava em jogo. A ministra garantiu ainda que Madrid iria utilizar todos os meios disponíveis para controlar as fronteiras e assegurar o cumprimento do direito internacional.
Por esta altura, a maior parte dos migrantes – cerca de 5600 – já tinha sido devolvido a Marrocos. A tensão entre Espanha e Marrocos acabou também por diminuir, quando Rabat reativou o controlo de fronteiras. Apesar de Rabat ser um aliado importante de Madrid na luta contra a imigração ilegal, o conflito entre os dois países aqueceu quando Espanha recebeu, no final do mês passado, o líder da Frente Polisário, Brahim Gali, para que fosse tratado devido à Covid-19. Esta decisão irritou Rabat.
Já durante a noite de sábado, cerca de 600 marroquinos tentaram entrar ilegalmente em Melila, outra fronteira entre Espanha e Marrocos. No entanto, a Delegação do Governo de Espanha informou que não houve qualquer entrada irregular graças ao trabalho das forças e organismos de segurança do Estado. Por sua vez, o Ministério do Interior afirmou proceder a um novo reforço das várias forças de segurança para continuar a proteção da fronteira espanhola
Apesar de Espanha não conceder aos cidadãos marroquinos o estatuto de requerentes de asilo, o país permite que as crianças migrantes não acompanhadas permaneçam legalmente no território sob supervisão governamental.
Artigo revisto por Inês Pinto
Fonte da foto de capa: https://www.bol.uol.com.br/noticias/2021/05/21/entenda-pessoas-nadando-marrocos-espanha.htm
AUTORIA
Com quase duas décadas de vida, aqui vos apresento a rapariga mais extrovertida que possam vir a conhecer. Nascida e criada na margem sul, sítio onde são feitos os sonhos, garante que tem uma mão cheia deles. Foi na área da comunicação que encontrou o melhor que a vida lhe podia oferecer – a oportunidade de conhecer histórias e de contá-las a quem mais as deseja ouvir. Prazer, chamo-me Margarida.