Viajar: “ato de transportar-se de um ponto a outro distante” (no dicionário) ou escape à realidade – qualquer expressão serve para designar a minha maior vontade no momento. A verdade é que não há altura certa para uma viagem, mas os dias maiores de primavera são uma boa desculpa para marcar uma escapadela.

Sendo eu quase uma especialista em viagens económicas pelo nosso país, achei por bem partilhar convosco algumas das técnicas que funcionam comigo na hora de construir um roteiro. Para mim, este planeamento prévio é a chave para umas férias bem sucedidas, ainda que o imprevisível alimente a aventura.

1. Número de dias

A montagem do roteiro dependerá do número de dias em que estás disponível para viajar, mas também da época em que o irás fazer. A escolha do local depende diretamente destes fatores, pois há sítios que precisam de mais tempo para serem visitados do que outros, da mesma forma que há sítios que têm mais magia numa determinada altura do ano do que noutras.

2. Decidir o local

Após as primeiras decisões – número de dias e época do ano – segue-se o local. A partir deste ponto, o planeamento de toda a viagem vai depender do local para onde vais. Caso estejas indecis@, não há nada que uma pesquisa no Google não resolva. No entanto, podes fixar-te em aspetos como sítios onde nunca foste ou sítios fora da tua zona de conforto onde gostarias de arriscar ir, para decidir. Além disso, há outras coisas das quais esta escolha pode depender, por exemplo, se tens amigos ou família num sítio que queres visitar. Logo aí ficam duas etapas resolvidas: o destino e o alojamento.

3. Definir o budget

Fixar o dinheiro que podes gastar é a melhor forma de começar o planeamento da viagem, pois é a partir desse orçamento que vais decidir que tipo de sítios podes visitar, quantas vezes podes comer fora e em que tipo de alojamento deves ficar. Isto depende, obviamente, dos recursos de cada um, mas também do número de pessoas que vão viajar, nomeadamente no que diz respeito ao alojamento.

4. Definir os pontos a visitar

Este passo pode vir antes ou depois da escolha do alojamento, mas acho que faz mais sentido escolher um sítio que tenha uma boa localização em relação aos pontos que queres visitar.

Um roteiro não é uma obrigação a seguir, mas sim um guia para termos noção das direções que vamos tomar ao longo da nossa viagem. Confesso que, para mim, os melhores sítios são precisamente aqueles que não tinha planeado visitar, aqueles que me chamaram a atenção pelo caminho e onde decidi parar para explorar. Depois de uma pesquisa intensa na internet e de espreitares o perfil de Instagram de alguns viajantes, deves ter uma lista bem composta de pontos a visitar na região que escolheste. De seguida, a construção de um roteiro vai depender da paciência de cada um: uns olham para o mapa por alto e decidem, mas eu vou mais além e faço um documento word bem aperaltado. Futilidades à parte, o que interessa é escolher sítios na mesma direção para visitar no mesmo dia, de modo a otimizares as deslocações que fazes e o combustível que gastas. Nesta escolha tem também em atenção o tipo de sítios que vais visitar e o tempo que gastas neles, para que o roteiro seja o mais realista possível e desfrutes da viagem ao máximo, sem pressa de ir para o local seguinte.

Para testar o roteiro costumo colocar todos os pontos no Google Maps. Neste caso, é o exemplo de um roteiro que eu mesma fiz com início em Manteigas, sítio onde fiquei alojada, com destino à aldeia do Sabugueiro, passando por vários outros pontos.

É importante que reserves um tempo para as refeições principais, por isso, aquando da construção do roteiro, tem atenção se há restaurantes no caminho ou supermercados onde possas fazer compras.

1. Alojamento

Como disse acima, a escolha do alojamento pode ser feita em função dos sítios que vais visitar ou vice-versa. Seguindo a minha lógica, a localização do alojamento depende dos locais que quero conhecer, mas também do orçamento que defini. Além disso, o número de pessoas também importa. Opções como hostels ficam mais em conta, mas não há em todos os locais do país. Nesta fase, o Tripadvisor (https://www.tripadvisor.pt/) e o Booking (https://www.booking.com/ ) são os meus melhores amigos. O que valorizo particularmente nestas plataformas é o facto de conseguir ver a opinião de outras pessoas em relação aos alojamentos, o que pode nem sempre ser fidedigno, mas de modo geral ajuda na escolha. Além disso, contêm informações sobre todas as comodidades e disponibilidade dos alojamentos.

Além da localização, as horas de entrada e saída do alojamento também são importantes para a organização da viagem. Normalmente o check-in é feito durante a tarde e o check-out de manhã. A partir disto podes optar por fazer a viagem do teu primeiro dia na direção do hotel e no último dia arriscar para uma zona mais longe, pois sabes que não voltarás àquele local.

Com algumas destas indicações, já podes começar a organizar a tua viagem de primavera ou verão, descobrindo que afinal és mais do que um viajante amador!

Fonte da capa: Canva
Artigo revisto por Adriana Vicente