Bring Me The Horizon esgotam Sala Tejo (e arrasam)
A banda de metalcore originária de Sheffield pisou, a 15 de fevereiro, um palco português pela terceira vez. A sua primeira atuação em terras lusas foi em 2011, enquanto support act de Machine Head. Após mais de dez anos sem regressarem ao nosso país, foram os cabeças de cartaz de um dos dias do VOA Heavy Rock Festival, em 2022. Este ano, finalmente, deu lugar ao tão ansiado concerto em nome próprio, em frente a uma sala completamente esgotada e em êxtase. Numa semana bem composta por concertos a não perder, no dia 15 as filas à porta da Sala Tejo começaram a formar-se ainda de madrugada, sendo a abertura de portas apenas às 17h30.
Bring Me The Horizon não vieram sozinhos – Static Dress, POORSTACY e A Day To Remember são os artistas que os acompanham nos concertos da Post Human European Tour. As duas primeiras atuações, com um set mais curto do que ADTR, pecaram pela qualidade do som. As palavras dos vocalistas eram praticamente imperceptíveis e as guitarras não soavam tão bem como deviam. Ainda assim parecem ter ganho alguns fãs, principalmente Static Dress, graças à sua energia em palco. Os americanos A Day To Remember deram um espetáculo digno de main act e acredito que muitas pessoas estivessem ali por eles, dado o facto de ser a estreia em Portugal desta banda por muitos adorada. Voaram sob a plateia t-shirts, bolas insufláveis e rolos de papel higiénico, enquanto os fãs debitavam as lyrics de praticamente todas as músicas a plenos pulmões.
Foi às 22 horas que os cabeças de cartaz subiram ao palco e Lisboa recebeu-os de forma ensurdecedora. A setlist que a banda do vocalista Oliver Sykes trouxe não foi muito diferente daquilo que apresentaram no VOA, à excepção de duas músicas, mas nem isso foi suficiente para deitar o público abaixo. A banda abriu as hostilidades com Can You Feel My Heart e a energia da sala já estava no topo.
A produção do concerto foi de um nível muito superior a diversas coisas que estamos habituados a ver. Ao longo de uma hora e meia fomos guiados por um sistema informático, do qual chegavam ordens dadas por um humanóide que procurava motivar o público a abrir mosh pits, saltar, cantar, etc. Os visuais do ecrã e o esquema de luzes estavam também muito bem trabalhados, de forma personalizada para cada música.
À semelhança do que tinha acontecido na última passagem da banda por Portugal, Oliver Sykes esforçou-se em interagir com o público em português durante toda a noite. O artista tem vindo a passar muito tempo no Brasil com a sua família e, por isso, esforça-se para aprender a língua e mostrar os seus dotes nos concertos, aquecendo os corações dos fãs.
Não são exagerados os elogios à atuação dos britânicos Oliver Sykes, Jordan Fish (teclas), Lee Malia (guitarra), Matt Kean (baixo), Matt Nichols (bateria) nem à atmosfera da sala criada também pela energia dos fãs. Não houve um único tema que não arrancasse saltos, gritos, letras de uma plateia composta por todos os géneros e todas as idades.
Shadow Moses, Sleepwalking (uma das mudanças na setlist) e Drown foram alguns dos pontos altos da noite. Como é já habitual nas suas atuações, Oli aproveita a música Drown para descer do palco e cantar com os presentes na primeira fila, enquanto distribui abraços e high fives.
Houve brincadeiras entre os fãs, o vocalista e o baterista da banda, que deram tease em temas antigos, de uma fase mais pesada de BMTH, como Chelsea Smile e Play For Plagues.
Throne fechou o espetáculo com chave de ouro. Sykes mandou o público sentar-se no chão e levantar-se num determinado momento, causando uma explosão de saltos e mais um pico de energia.
É impossível alguém ficar indiferente a um concerto deste tipo e, com certeza, voltaremos a ter Bring Me The Horizon a esgotar salas em Portugal em breve!
Fonte da capa: Jorge Botas
Artigo revisto por Andreia Batista
AUTORIA
A Joana encontra-se na junção do perfeccionismo e da ambição. Natural de Beja, sempre quis ter um papel ativo na indústria da música. Mudou-se para Lisboa para estudar Publicidade e Marketing, adaptando os conhecimentos adquiridos à sua área de interesse. Claramente não deixou para trás o seu amor pela escrita, fazendo convergir as duas paixões na secção de música da ESCS Magazine.