Micro Clima, Macro Talentos
O Festival Micro Clima fez as temperaturas subirem na Parede durante os dias 14 e 15 de abril, com as performances calorosas que trouxe à Sociedade União Musical Paredense.
O mote do Festival passa por abraçar novos talentos e esta 5ª edição não foi diferente, levando-nos à união de artistas de referência e de uma nova geração da música portuguesa.
Do palco às casas de banho, havia talento espalhado por todo o lado. Eugénia Burnay, Luísa Tudela, Margarida Conceição e Ricardo Oliveira foram os convidados escolhidos para darem a conhecer a sua arte fora das telas. Entre linhas alternativas mostraram que a arte é onde o Homem quer.
Para surpresa dos mais desatentos, a Soluna impressionou todos na abertura do festival, entregando uma performance radiante que elevou a energia para os próximos concertos. Através de uma harmonia entre o português e o espanhol, com uma pequena paragem no Kimbundo, a artista cingiu a atenção da plateia aos seus vocais sentidos.
A segunda atuação da noite revelou-nos EU.Clides, uma estrela em ascensão que alegra aqueles que o conhecem e deslumbra quem o desconhecia. Acompanhado por Ricardo Coelho e Jónatas Tota Pereira, os instrumentais que entrega são elegantes, porém impactantes. “Acho super importante dar oportunidade a artistas mais pequenos ou menos conhecidos. Sinto que, por exemplo, se mais gente conhecesse o EU.Clides todos o iriam adorar” – confessou um espectador.
Foi a vez da banda mais expectante da noite entrar em palco, os Ganso. Entre a harmonia das cordas, teclas e sopros mostraram aquilo a que já nos habituaram. Foi a ponte entre os artistas e o público para um bom ambiente geral. Encerraram o concerto com chave d’ouro, fazendo o público ir ao rubro com Sorte a Minha.
Aterramos no 2º dia em 1ª Classe com a Atalaia Airlines. Vestidos a rigor, começaram a viagem no Japão com 太平洋の上に (Pacific Ocean) e deslumbraram-nos com instrumentais surpreendentes. Entre a entrada e saída dos convidados, estimularam os ouvidos de todos com a variedade de sons que trouxeram.
Ainda que sozinho em palco, Extrazen fez-se acompanhar pelo bom ambiente do público que se envolvia nas letras já memorizadas. Diferencia-se dos outros artistas pelo seu som mais mainstream interpretado em inglês.
A casa foi abaixo assim que Pongo entrou no palco. Era um dos nomes mais aguardados desta line-up e não desapontou, entregando tudo com a máxima energia. Não houve um único momento em que a energia do público fosse abaixo, muito pelo contrário. Esta culminou quando a artista se misturou com a plateia para uma pequena batalha de dança. O clímax atingiu-se quando Pongo chamou não só fãs como também as suas bailarinas Mariana Moreno e Aleksandra Curanova para dançarem a famosa faixa Kalemba (Wegue Wegue).
Ambas as noites acabaram com um grande momento de convívio entre artistas e amantes da música com os DJ Sets de M3DUSA e PROGRESSIVU.
Algo exaltado por todos aqueles com quem falámos foi o ambiente intimista e familiar do festival, chegando mesmo a afirmar: “Gosto do espaço, sinto que estou de certa forma em casa. Para os outros (festivais) às vezes sinto que estou a sentir demasiado para aquilo que é. Aqui toda a gente sabe ao que está a vir e isso torna o festival mesmo fixe”.
Apesar das várias línguas em palco, o foco também passou por apoiar a cultura portuguesa e todos os artistas que a enriquecem cantando em português.
“Nós vinhamos mais atraídas por um, mas acabamos por ver vários e, de certo modo, por conhecê-los e ficar fãs. É ótimo e acaba por nos enriquecer a nível cultural. E é nosso.”
Aqueles que optaram por ir ao festival consideraram-no acessível e um bom local para conhecer novos talentos: “é importante apoiar pequenos artistas e pequenos festivais fazem a diferença para isso, para depois poderem tornar-se artistas maiores em festivais maiores. Acho que isso faz muita diferença na cultura no geral e na cultura popular”.
Com o fim do festival ficam no ar alguns dos nomes que os entusiastas da música querem ver nas próximas edições: Janeiro, João Borsch, Napa, Margarida Campelo, BejaFlor, Benjamim e Milhanas.
Fonte da capa: Joana Amaral
Artigo revisto por Beatriz Santos
AUTORIA
A Mariana, estudante de jornalismo, nunca pensou que a sua vida iria tomar este rumo. Mas, recentemente, descobriu a sua paixão pela escrita e pela comunicação. Aventurou-se na escs magazine para sair da sua zona de conforto e atingir todos os seus objetivos. Curiosa e observadora acredita que este é o lugar certo para ela!
Com interesses em várias áreas, a experimentação faz parte do currículo da Joana. Atualmente estudante de Publicidade e Marketing na Escola Superior de Comunicação Social, quer desenvolver o amor que tem pela escrita utilizando a Magazine como ponto de partida. Desde a música, passando pela política, filosofia e até ficção, são várias as áreas onde pretende deixar as suas palavras escritas.