A Enologia para Principiantes – Pt. 1
Quem não bebe vinho habitualmente pode ser surpreendido pelo sabor peculiar desta bebida que tantos adoram. Mas, se tem um sabor tão peculiar, porque é que tantos o adoram? A resposta é a tão conhecida frase: primeiro estranha-se, depois entranha-se. E a verdade é mesmo esta: o nosso paladar precisa de tempo para se habituar e adequar aos sabores do vinho e, à medida que tal vai acontecendo, vai sendo possível avançar para vinhos mais elaborados.
Neste artigo vão poder conhecer um pouco os principais tipos de vinho, algumas das suas características e quais os melhores para se entrar no mundo da enologia.
Assim sendo, o ideal é começar-se por vinhos mais leves, doces e com um baixo nível de taninos, como é o caso dos Riesling; vinhos com sabor frutado e pouco encorpado; ou os Chardonnay, que apesar de serem vinhos secos são pouco ácidos e bastante frutados, evidenciando sabores a maçã, manga e melão. Os vinhos da casta Syrah têm um sabor a fruta mais intenso e, apesar de serem ligeiramente apimentados, são vinhos macios.
Para começar os tintos, o ideal será o Pinot Noir, um vinho com baixo nível de taninos conhecido pela sua leveza e, claro, aroma a morangos e frutos vermelhos. Depois de experimentar todos estes, talvez seja boa ideia passar ao Cabernet Sauvignon, um vinho mais ácido e intenso, com aroma a folha de tomate.
A doçura do vinho
A doçura também é um fator a ter em conta quando se entra no mundo dos vinhos. Eu diria que para os iniciantes seria melhor começar por vinhos mais doces. Normalmente, é fácil perceber pelo rótulo se é mais ou menos doce, porque é comum as garrafas apresentarem uma descrição, indicando se o vinho é semi-seco, suave ou licoroso. E é aqui que está a indicação: os vinhos semi-secos têm um menor teor de açúcar, ao passo que os licorosos apresentam um teor de açúcar elevado.
A Perlage
A perlage é outra característica dos vinhos que podem influenciar a experiência, mas esta fica à consideração de cada paladar. Antes de mais, perlage não é nada do outro mundo – são as borbulhas de gás carbónico dos vinhos – as “bolhinhas”. Os espumantes e frisantes são os vinhos que apresentam mais perlage. Os vinhos tranquilos, por outro lado, são os que não apresentam borbulhas. No meio temos ainda os vinhos com efeito agulha, que são aqueles que, apesar de quase não se ver a perlage, por ser muito fina, é possível senti-la ao beber.
Vinho tinto, vinho branco e rosé
A cor do vinho também se pode tornar uma preferência – ou não. É importante saber que esta permite-nos reconhecer, logo à partida, muitas outras características da bebida e harmonizá-las com os pratos e sobremesas. As cores do vinho dividem-se em tinto, branco e rosé.
O vinho tinto é feito através de uvas avermelhadas e roxas, sendo um vinho encorpado e com a presença de taninos.
O vinho branco, por outro lado, é mais leve e refrescante com menor teor de álcool, devendo ser servido mais gelado. É feito a partir de uvas brancas ou uvas tintas sem casca e caracteriza-se pela sua acidez elevada.
Por último, o rosé é um vinho intermédio: apesar de ser leve como o vinho branco, tem muita presença, como o tinto. Pode ser elaborado a partir da mistura de uvas tintas e brancas, mas normalmente é feito através de uvas escuras, que libertam pouca cor durante a fermentação.
Então, e o vinho verde? Na verdade, o vinho verde não indica a sua cor, mas a sua origem – a Região Demarcada dos Vinhos Verdes, entre o rio Douro e o rio Minho. Assim, chama-se Vinho Verde a todos os vinhos que são produzidos nessa região, podendo haver, portanto, Vinho Verde tinto, branco, rosé ou espumante.
Harmonizar os vinhos
Por último, como harmonizar os vinhos? Harmonizar os vinhos – que é como quem diz beber os vinhos com os pratos certos – é muito importante para que a experiência seja mais positiva. O vinho tinto, por exemplo, vai muito bem com carnes vermelhas, massas com molhos vermelhos (de tomate, pimentos…) e queijos fortes. Os vinhos brancos e rosé, por outro lado, combinam melhor com peixes, marisco, saladas, frango, massas com molhos claros e queijos mais leves. Os licorosos são ótimos para acompanhar sobremesas e queijos azuis, e os espumantes vão muito bem com petiscos, saladas, sobremesas e frutas.
Os vinhos têm muitas características, e as preferências em relação a esta bebida vão surgindo à medida que se vai dando novas experiências ao paladar. Por isso, mãos à obra!
Fonte de capa: Google Imagens
Artigo revisto por Catarina Peixe
AUTORIA
A determinada altura percebeu que o melhor era levar a vida com leveza e humor e isto está presente também na sua escrita. Contudo, como acontece a todos, às vezes também se sente confusa, mas escrever sobre o que está a sentir ajuda-a sempre a clarificar e arrumar as ideias na cabeça. Na ESCS Magazine encontrou um espaço onde pode escrever sobre vários temas que são do seu interesse.