Mundo sai às ruas para lutar pela paz na Ucrânia
No meio de grande emoção e cânticos, milhares de manifestantes saíram às ruas em vários países para protestarem contra a invasão russa na Ucrânia. Da Rússia a Berlim, passando por Portugal e juntando centenas na Argentina, Itália, Espanha, Suécia e Polónia, todos gritam o mesmo: “Para a guerra, Putin”.
Um pouco por todo o mundo, nestes últimos dias, milhares de pessoas juntaram-se em desfiles de protesto, com cartazes anti-guerra e caricaturas que comparavam Vladimir Putin a Adolfo Hitler. “Stop war”, “Stand With Ukraine”, “Shelter or Sky”, “Give peace a chance, Putin”, “I’m Russian, sorry for that”, são algumas das frases que são vistas em vários cartazes que destacam as cores da bandeira da Ucrânia.
Apesar dos avisos de Vladimir Putin de “colocar em alerta máximo as forças de dissuasão”, na Rússia a população marcha nas ruas, mas as detenções não param. Desde Moscovo à Sibéria, as manifestações já se realizaram em mais de 50 cidades russas e, segundo a RTP, cerca de 3000 ativistas russos foram detidos e arrastados pela escolta policial russa. O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu a libertação das pessoas ainda detidas, na passada sexta-feira.
Na Polónia – o país que mais tem acolhido cidadãos ucranianos, juntamente com a Moldávia e a Roménia -, os protestos iniciaram mesmo antes da invasão russa acontecer. Os cidadãos protestavam contra “uma possível nova agressão russa”. Hoje, já abriram as portas a mais de 115 mil ucranianos, que estão a ser recebidos por centros de acolhimento na fronteira.
A capital alemã, Berlim, teve as ruas preenchidas com “algumas centenas de milhares” de manifestantes que apelaram ao governo alemão para manter as fronteiras abertas a todos os ucranianos que fogem da Guerra.
Em Madrid, sob o lema “Nem Putin, nem Nato”, mil pessoas de várias faixas etárias reuniram-se na Puerta del Sol, na sexta-feira. Segundo o Observador, os manifestantes “questionaram o papel da aliança atlântica no conflito” e colocaram o papel da NATO nos seus gritos, dizendo: “Não há nato, bases fora”.
“Somos contra a guerra. Por interesses políticos e económicos a população é enviada para se matar por interesses que lhe são alheios”, afirmou à agência de notícias EFE Pablo, manifestante e membro do Partido Comunista Espanhol.
“Temos compaixão pelos ucranianos, talvez mais do que outros países, porque vivemos a agressão bárbara da Rússia no nosso solo”, disse um dos manifestantes georgianos à agência de notícias AFP.
Na Geórgia, as manifestações são vividas com mais “dor”, uma vez que em Agosto de 2008 a Rússia lançou um ataque terrestre contra a Geórgia, bombardeando inúmeras aldeias georgianas. Assim, cerca de 30 mil pessoas marcharam pela principal rua de Tiblíssi cantando o hino dos dois países.
No território português já foram dezenas as manifestações que foram feitas em prol do povo ucraniano. Uma delas foi no sábado, dia 26 de fevereiro, em Belém, com Marcelo Rebelo de Sousa a elogiar o povo ucraniano e a juntar-se ao cordão humano, garantindo que “tudo o que for legítimo fazer, a comunidade internacional fará”.
Em resposta, a comunidade ucraniana agradece o apoio aos portugueses, a quem chama, segundo o Observador, de “amigos com bom coração”.
Não é apenas em solo europeu que os cânticos pela paz em território ucrâniano fizeram-se ouvir. Também em Tóquio, Tapei e em Taiwain, no Japão, as reações à agressão bélica russa foram-se multiplicando. Na Índia, a indignação foi direcionada para a OTAN e para o Ocidente. Na Itália, as lágrimas eram visíveis nos ucranianos e italianos, em torno do Coliseu. E em Londres, famílias inteiras, amigos e crianças juntaram-se em emoção na sede do Governo britânico com faixas que se dirigiam contra o presidente russo. “Para a guerra, Putin”, “Reino Unido, arma a Ucrânia”, lia-se.
Foto de capa: Ana Cristina Barros
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AUTORIA
Com 19 anos de vida, Ana alia a sua paixão por animais, fotografia e música ao mundo da comunicação. Sempre gostou de contar histórias, de escrever, de ler e ainda arranjava espaço para falar pelos cotovelos. Criativa, determinada e sempre disposta a ajudar o outro, a Ana vê no jornalismo o privilégio de poder conectar o mundo e as pessoas.