Sean Connery: O Eterno James Bond
Sean Connery foi (e será sempre) um dos maiores ícones da arte cinematográfica britânica, chocando o mundo inteiro, no passado dia 30, com a notícia da sua morte. Nascido a 25 de agosto de 1930 e filho de pais escoceses, o primeiro James Bond deu início a uma nova e magnífica era de espiões.
O engraçado é que, antes de escolher o caminho do teatro, Connery iniciou uma carreira numa área completamente oposta: o desporto. Chegou até a receber uma proposta do Manchester United, mas decidiu recusar, dedicando-se à sua verdadeira paixão, dizendo que foi uma das suas “jogadas mais inteligentes”. E, assim como disse, foi.
O seu primeiro grande papel foi em 1957 no filme No Road Back, interpretando Spike, um gangster com um problema na fala. Este personagem abriu-lhe portas para o mundo do cinema e da televisão, fazendo nesse mesmo ano mais quatro filmes e duas séries, até que em 1962 foi convidado para interpretar o novo agente secreto James Bond no filme Dr. No. Apesar de não ter sido a primeira escolha do escritor Ian Fleming, conquistou de imediato o público e despertou o interesse do Presidente John F. Kennedy, que pediu uma transmissão privada do filme na Casa Branca.
Começou então uma nova era de espiões: alto, musculado e com um tom sarcástico, tinha todos os pontos necessários para se tornar num grande personagem do cinema, adorado até aos dias de hoje. Depois do sucesso de Dr. No, personificou James Bond em mais quatro filmes nessa mesma década: From Russia With Love (1963), Goldfinger (1964), Thunderball (1965) e You Only Live Twice (1967). Recusou fazer parte do filme On Her Majesty’s Secret Service, em 1969, pois queria experimentar cenários e projetos diferentes, mas acabou por voltar ao papel de James Bond em 1971 no filme Diamonds Are Forever, depois de o ator George Lazenby ter fracassado. Prometeu voltar uma única e última vez em 1983, no filme Never Say Never Again, acabando assim a era de Connery no papel do agente secreto.
Mas não só de James Bond foi feita a sua carreira.
Enquanto se aventurava na pele de um espião, Connery aceitou fazer parte de outros projetos, destacando-se no filme Marnie, em 1964, onde interpretou Mark Rutland, um viúvo extremamente rico que possuía uma editora. Fez ainda parte do elenco do filme A Colina dos Homens Perdidos, em 1965, e em 1972 conquistou um Globo de Ouro (Golden Globe Awards) na categoria de World Film Favorite. Entre os seguintes anos e a década de 2000, Sean Connery fez mais 42 projetos, entre eles filmes e dobragens de voz, sendo que os mais conhecidos são: The Men Who Would Be King (1975); Time Bandits (1981); The Name Of The Rose (1986); The Untouchables (1987); Indiana Jones and the Last Crusade (1989); The Hunt for Red October (1990); The Rock (1996); e por último Finding Forrester (2000).
Com um total de quase 60 projetos em mais de meio século de carreira, Sean Connery ainda teve espaço para receber mais oito prémios, destacando-se principalmente no papel de Jimmy Malone no filme The Untouchables, um polícia irlandês das ruas de Chicago. Este papel fê-lo conquistar um Óscar na categoria Best Supporting Actor, em 1987, e outro Globo de Ouro nesse mesmo ano, na categoria Best Supporting Actor in a Motion Picture. Recebeu ainda dois prémios BAFTA (British Academy of Film and Television Arts), um pelo seu papel no filme The Name Of The Rose, em 1987, na categoria Best Actor, e em 1998 recebeu a maior honra que a Academia atribuiu, o prémio BAFTA Fellowship. Os Globos de Ouro decidiram também premiar Sean Connery com o seu melhor prémio em 1995, Cecil B. DeMille Award, uma distinção honorária e um agradecimento aos artistas pelos seus contributos ao mundo do entretenimento.
Além destes significativos prémios, a revista People elegeu Connery como o Homem Mais Sexy do Mundo em 1989 (tinha ele já 59 anos!) e, passados 10 anos, foi um dos eleitos a receber o tão aclamado Kennedy Center Honors, um prémio que honra cinco diferentes departamentos da cultura americana com cinco artistas diferentes.
Como cereja no topo do bolo, Sean Connery foi nomeado Sir pela Rainha Elizabeth II, no ano de 2000, graças ao seu contributo às artes cinematográficas britânicas, aparecendo vestido com o kit escocês de que tanto se orgulhava. Oito anos depois, escreveu uma autobiografia com o nome Being a Scot, em conjunto com Murray Grigor, e o seu último projeto conhecido foi um documentário com o nome Ever to Excel, sobre a Universidade St. Andrews, na Escócia.
Se a vida cinematográfica de Sir Sean Connery despertou interesse em ti, mas não sabes que filmes ver, deixo-te uma lista dos mais imperdíveis:
Dr. No (o primeiro Bond é obrigatório);
Marnie;
Finding Forrester (dizem ser o seu último melhor trabalho, apesar de não ser o seu último filme);
The Untouchables (não ganhou dois prémios por nada!);
The Men Who Would Be King;
Goldfinger (eleito como o melhor filme da saga James Bond);
E todos os outros que foram falados neste artigo também o são, pois foi este o legado que Connery nos deixou, a nós e às próximas gerações, para mais tarde recordar.
Artigo redigido por Inês Policarpo
Artigo revisto por Ana Roquete
AUTORIA
Quando era pequena a Inês queria ser decoradora de interiores. Hoje, está a tirar uma licenciatura em Jornalismo. A vida tende a surpreendê-la, mas ela não se deixa surpreender. Curiosa, otimista e sempre disposta a ajudar, a comunicação veio dar uma nova perspetiva à vida de Inês: venha ela de que forma for, será sempre a melhor maneira de estar conectada com o mundo.