As portas do recinto abriram de manhã cedo e, desde logo, o Parque das Nações viu-se repleto das mais diversas personagens. A ESCS Magazine esteve na cobertura do evento e não deixou escapar nada deste que foi o último fim de semana da maior convenção de cultura pop do país. Falámos com algumas pessoas vestidas das mais diversas personagens que, com um brilho nos olhos, demonstraram as saudades que tinham de fazer cosplay – muitos foram à Comic Con pelo convívio, e mesmo aqueles que não conseguiram bilhete juntaram-se nos arredores do recinto.
No sábado, realizaram-se diversas atividades, como um concurso de cosplay, uma caça ao tesouro e também workshops. Além disso, houve diversos painéis por onde passaram diversas caras conhecidas, apresentadas por Diogo Dias e Diana Taveira, da MTV Portugal.
O primeiro painel do dia foi com Miguel Simal e Rita Roberto, guionistas de Glória, que falaram sobre o seu percurso profissional, acompanhados da jornalista Vanessa Augusto. Rita Roberto partilhou, inclusive, que sempre gostou de escrever e, mesmo tendo estado em várias áreas, percebeu que ser guionista era a sua paixão: “ É isto que quero fazer da minha vida”. Já Miguel seguiu cinema e não esperava que ser guionista, além de realizador, seria o seu destino. Mas hoje não se imagina a fazer outra coisa.
O convidado principal do dia, Manu Bennet, marcou presença na Comic Con e recebeu grande atenção por parte dos fãs. Este falou, no seu painel “Manu Bennet, de Gladiador a Vilão”, sobre o seu papel como Azog no filme O Hobbit e a sua inspiração noutras personagens fictícias, tais como Darth Vader e White Shark, de Jaws, para atingir a personagem na perfeição. Manu foi questionado sobre o seu processo na série Spartacus e sobre se teve medo em aceitar fazer um papel violento, ao que respondeu: “Depends on what you do. Everyone has a different view of morals you play”. Confessou, ainda, que recebeu críticas de revistas sobre o seu papel pela violência e nudez, mas isso não o afetou, reconhecendo que são temas tabu, não considerando a nudez ofensiva, mas, sim, natural.
Além disso, comentou a diferença que sentiu entre a personagem gladiadora de Spartacus e os papéis que posteriormente teve, como Slade Wilson na série Arrow. Esta focava-se num trabalho mais físico, enquanto Slade Wilson, ainda que com esforço físico, o obrigou a um esforço mais psicológico. Acabando o painel, o autor seguiu para a sessão de fotografias e autógrafos.
Outro painel recebido com muito carinho no evento foi o da plataforma streaming Globoplay, que chegou finalmente a Portugal. Neste estiveram presentes as atrizes brasileiras Claudia Abreu e Déborah Falabella, juntamente com a apresentadora Ana Clara, que recebeu vários aplausos. As três partilharam o seu entusiasmo pela chegada da Globoplay a Portugal e divulgaram as séries onde as atrizes participam, disponíveis na plataforma – Aruanas, com Déborah, e Desalma, com Cláudia -, comentando que estas são inovadoras e vistas como um avanço no cinema brasileiro.
No final do dia, a animação instalou-se no Golden Theatre com a abertura da banda Jesus Quisto para o painel da novela portuguesa Pôr do Sol, onde estiveram presentes os atores Diogo Amaral; Rui Melo; Cristovão Campos; André Pardal; Madalena Almeida; e os diretores da novela, Manuel Pureza e Henrique Dias. Esta sessão foi repleta de ânimo e alegria, com muitas piadas e curiosidades sobre a realização da novela, que é caracterizada por ser uma sátira dos clichés das novelas portuguesas. Além disso, foi confirmada uma segunda temporada, que avisaram que irá demorar a estrear.
Como surpresa, surgiu Noah Schnapp, presença que só estava planeada para o dia seguinte.
Ainda nos rescaldos do dia anterior, no domingo, Manu Bennet marcou presença e no início da manhã, no espaço EpopCulture, quando questionado sobre o American Dream, mencionou que o mundo cinematográfico já não se foca nos Estados Unidos da América e que tem vindo a aumentar a abertura ao internacional. Além disso, demonstrou solidariedade para com Portugal, no sentido em que acredita que este precisa de mais tempo de antena. Por fim, foi feita uma menção à série Glória, a qual foi comparada ao sucesso de La Casa de Papel, depois de ter sido comprada pela Netflix. Na parte da tarde, o ator teve um momento de convívio com os seus fãs, onde os ensinou a fazer o haka.
O momento alto do dia foi o painel com Noah Schnapp, que arrastou uma grande quantidade de fãs que se fizeram ouvir numa onda de histerismo. Noah deu informações exclusivas sobre a quarta temporada da série onde é protagonista – Stranger Things da Netflix-, avançando que foi a mais difícil de filmar, tendo muitas surpresas a acontecer que deixarão os espetadores “blown away”.
Sem dar grandes spoilers, o ator confessou que a última temporada está prestes a sair. O jovem ator admitiu que nunca pensou que a série viesse a ter tanto sucesso, pois esta foi negada por diversas plataformas, e a Netflix foi a única que acreditou no projeto. Além disso, Noah afirmou que nunca pensou receber tanto apoio em Portugal, demonstrando felicidade e apreço pelos fãs.
Embora o painel tivesse o nome de “O outro lado de Noah Schnapp”, não foi possível conhecer esse outro lado, uma vez que o maior foco foi o seu papel em Stranger Things. O ator fez ainda as delícias dos fãs respondendo a perguntas feitas por estes e oferecendo alguns presentes da sua marca TBH.
Embora os main guesses fossem internacionais, a Comic Con também contou com youtubers portugueses para falar do seu sucesso na plataforma e dicas para tal e, ainda, com a banda Capitão Fausto com a apresentação do filme-concerto que retrata o último concerto pré-pandemia – foi descrito como o ápice da perfeição.
Por fim, apesar do sentimento de saudade sentido pelos fãs do evento, a adesão ao mesmo após dois anos em stand by não foi tanta quanto a esperada. A necessidade de apresentar um teste negativo à entrada (não sendo aceite um autoteste) e o aumento dos preços podem ter sido dois fatores que levaram a que a afluência fosse menor.
No entanto, a ESCS Magazine demonstra um grande apreço por toda a organização do evento e despede-se da Comic Con 2021 com a esperança de um regresso próximo.
Todos os artigos têm o meu toque pessoal, de modo a criar uma relação de proximidade com o leitor e para que se perceba que quem escreve é igual a quem lê. Tento ao escrever direcionar-me a todos, no geral, mostrando que um artigo de moda e lifestyle pode ser lido por todos os que o desejem. O mundo ainda é retrógrado sobre determinados temas, que nem o deviam ser, e gostava que pudéssemos um dia dar as mãos, no sentido de nos unirmos ainda mais para que vivêssemos sem conflitos e com paz.
A escrita sempre foi um dos seus guilty pleasures. Desde pequena escrevia textos sobre tudo e sobre nada que entregava a alguém que nada conseguia fazer com eles. O seu intuito, com a entrada na revista, é deixar nas mãos de alguém os seus textos e opiniões de qualidade por vezes duvidosa – mas esforçada – e que esse alguém lhes veja utilidade. Nem que estes sejam, apenas, um entretenimento irrelevante porque a irrelevância também nos acrescenta algo.
Joana, natural de Vila Franca de Xira, decidiu aos 19 anos estudar jornalismo, como uma oportunidade de descobrir novas histórias e explorar mais sobre o mundo. A arte é um grande componente na sua vida, o que a motiva a escrever sobre o universo dos traços e das cores na ESCS Magazine. Hoje, já no seu último ano do curso, pretende avançar como jornalista multimédia e criar projetos que puxem pela sua criatividade.