Pandemia Coronavírus: O mundo em estado de alerta
Foi na manhã de dia 2 março que o vírus chegou a Portugal. Passado 2 meses e poucos dias o mundo entra em estado alerta – pelo menos 138 países confirmam casos. Na semana de 9 a 15 março os casos não pararam de aumentar em todo mundo: na Europa, na Ásia, na América, na África e na Oceânia – com destaque para países como a Itália.
Em Portugal há já, nesta altura, 245 casos confirmados sendo que a ministra da saúde, Marta Temido, já teria dito que o país iria entrar em “fase de crescimento exponencial da epidemia”. De acordo com as informações da Direção Geral da Saúde, foram registados 2.271 casos suspeitos e três pessoas já se encontram recuperadas.
O vírus chegou a território Nacional no dia 2 março quando dois casos foram confirmados: um homem de 60 anos e outro de 33 anos – ambos estiveram de férias em países onde a pandemia já estava ativa. Passado 10 dias, o país já apresentava 78 casos confirmados incluindo pessoas de toda a faixa etária.
Foi neste contexto que o primeiro ministro, António Costa, juntou-se com os líderes de todos os partidos políticos, no dia 12 março, em São Bento, e decidiu declarar o encerramento de todos os estabelecimentos de ensino, até á Páscoa.
Para além do encerramento dos estabelecimentos de ensino, o primeiro-ministro também decretou “o encerramento das discotecas e estabelecimentos similares”, a redução “a um terço da lotação dos estabelecimentos de restauração” e a limitação “da frequência de centros comerciais e serviços públicos”.
“Portugal ainda não atingiu o pico da pandemia”, acrescentou António Costa.
Foi ainda na quinta-feira que a epidemia COVID-19 passou a ser considerada uma “pandemia”.
“Estão a ser registados na Europa mais casos todos os dias do que os reportados na China, no auge da sua epidemia”, afirmou o diretor geral da Organização Mundial da Saúde, na sexta-feira. Segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde já existe mais de 154.620 casos confirmados e mais de 5796 mortos por todo o mundo.
A situação mais grave, neste momento, é na Itália que já conta com mais de 24 mil infetados e aonde apenas em 24 horas registou 250 vítimas mortais. Neste domingo, registou 368 novas mortes. O país entrou em quarentena rígida e colocou mais de 60 milhões de pessoas em casa com o objetivo de evitar a progressão do vírus.
Um avião vindo de Xangai, na quinta-feira, aterrou em Roma com imenso material clínico – ventiladores, material respiratório, dezenas de milhares de máscaras, entre outros – e ainda vários médicos para ajudar Itália a combater o vírus. Porém, a esperança não morre na Itália e a união soa pelas janelas. Vídeos partilhados nas redes sociais mostram como os habitantes italianos não desistem e cantam pelas janelas cânticos tradicionais, mais precisamente das regiões de Nápoles e Siena, de modo a ultrapassarem este isolamento social juntos. Os vídeos tornaram-se virais.
Na Austrália, na cidade de Sidney também passam mensagens, neste caso pelo céu. Numa altura em que lavar as mãos é um dos melhores conselhos da Organização Mundial da Saúde, um piloto australiano escreveu no céu “lavem as mãos” de modo a encorajar os cidadãos a tomar bons hábitos de higiene.
Portugal não foi diferente e muitos foram os cidadãos portugueses que, sábado á noite, foram às suas janelas e bateram palmas de agradecimento aos profissionais de saúde.
Foi em meados de dezembro que o COVID-19 foi detetado pela primeira vez, na cidade de Wuhan, na China. Na china, os números têm vindo a cair acentuadamente face há um mês, quando o número de novos casos ascendia aos milhares por dia.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirma que este é o momento “da ciência e da prudência” e não “do medo e do estigma”. “Devemos declarar guerra a esse vírus”, afirma António Guterres. “Podemos conter a transmissão, prevenir infeções e salvar vidas. Mas isso exigirá ações pessoais, nacionais e internacionais sem precedentes”, acrescentou o secretário-geral das Nações Unidas, na sexta-feira.
A semana de 9 a 15 de março termina com a notícia de que o COVID-19 chega aos Açores. Uma mulher de 29 anos, residente da Ilha Terceira, esteve em Amesterdão e no continente em Felgueiras.
Segundo um comunicado do Governo Regional dos Açores, “todos os passageiros de voos do exterior que aterrem na Região estão, a partir do início da tarde de hoje, obrigados a cumprir um período obrigatório de quarentena de 14 dias, determinado pela Autoridade de Saúde Regional”.
Entretanto, Portugal está pronto para controlar as fronteiras terrestes com Espanha. A Espanha, o segundo país europeu mais atingido pelo novo coronavírus registou 288 mortes e mais de 7,7 mil pessoas infetadas por Covid-19, informou o ministério da Saúde do país neste domingo.
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Artigo revisto por Catarina Gramaço
AUTORIA
Com 19 anos de vida, Ana alia a sua paixão por animais, fotografia e música ao mundo da comunicação. Sempre gostou de contar histórias, de escrever, de ler e ainda arranjava espaço para falar pelos cotovelos. Criativa, determinada e sempre disposta a ajudar o outro, a Ana vê no jornalismo o privilégio de poder conectar o mundo e as pessoas.