És sustentável na tua vida sexual? Sabe como atingir o clímax na sustentabilidade
Sexo é bom. Então se for sustentável é ainda melhor!
O preservativo é feito de plástico, os vibradores também e os lubrificantes obrigam a utilização de químicos. Qual é a solução?
Vou mostrar-te como consegues ver-te livre do plástico e manter-te naturalmente ligado/a ao prazer.
A indústria da sexualidade tem algumas opções que te permitem seguir um estilo de vida mais sustentável sem teres de abdicar do teu momento de prazer e, acima de tudo, sem pores em causa a tua saúde.
A marca Glyde, à venda nas lojas Sapato Verde (8,50€), Loja Vegetariana (8,90€)e Miristica (7,90€), foca-se nisso, apresentando preservativos vegan.
Sabias que os preservativos ditos “normais” são compostos por ingredientes de origem animal, nomeadamente a caseína (proteína derivada do leite)?
No caso da Glyde, para além de ser usado latex de borracha natural, a caseína é substituída por extrato de cardo, o que torna os preservativos 100% vegetais e vegan.
A marca francesa Fair Squared, para além de também apresentar preservativos feitos com matérias amigas do ambiente, garante que os produtos não são testados em animais. Os produtos são testados pelos próprios criadores e não em animais.
O mais importante nas questões da sexualidade e da contraceção é o facto de cada opção servir o seu propósito: a saúde em primeiro lugar.
Seja na transmissão de doenças sexualmente transmissíveis ou na prevenção de uma gravidez não planeada, o que importa é que cada método contracetivo seja adequado à pessoa que o está a usar.
Quando a temática são as doenças sexualmente transmissíveis, a prevenção não é alcançada através de métodos naturais. Mas, se o objetivo for prevenir uma gravidez, existem métodos naturais como o de controlo de temperatura e de muco, controlo de calendário e um plano com bastante sucesso mundial chamado FertilityCare.
Lubrificantes
Uma opção tão simples como o clássico óleo de amêndoas doces “é muito delicado e não obstrui os poros, nem deixa resíduos pegajosos”, diz-nos Anna Masiello – responsável pela iniciativa Hero to 0.
Acrescenta ainda que este óleo natural é usado por alguns ginecologistas nas suas consultas.
Para além de poder funcionar para algumas pessoas, uma outra vantagem é a possibilidade de ser comprado a granel nas lojas UNII, Maria Granel ou em frasco de vidro na Mind The Trash.
Existem também alguns óleos da marca portuguesa LIMAROSA, como é o caso do Sacred Oil (14,90€), que confere diversas funções, sendo uma delas a higiene feminina (também seguro na gravidez e no pós-parto). Relativamente à sexualidade, destaca-se o seu uso para massagem do períneo ou massagem mamária.
Sabias que os óleos não devem ser usados com os preservativos? Os preservativos podem rasgar com óleos. É preferível usar lubrificação à base de água, para não correres o risco de os danificar e contrariar o seu propósito.
Tem em consideração que o melhor lubrificante é o natural, aquele que só se consegue através da estimulação sensorial. Esta pode ser física, emocional ou cerebral. Aqui, o segredo é seres criativo/a!
Vamos falar de brinquedos sexuais
Apesar de os brinquedos sexuais serem um bom estimulante, podem não ser a melhor escolha para preservar o ambiente. Ainda assim, se não os conseguires dispensar, opta sempre por descartá-los no lixo para eletrónicos e não no lixo comum. Escolhe aqueles cujas pilhas são recarregáveis.
Os vibradores da marca Gaia apresentam-se como os primeiros vibradores ecológicos do mundo. Feitos de bioplástico, são à prova de água, contam com vários níveis de vibração e estão disponíveis em diversos tamanhos (+/- 14€).
O site Package Free Shop vende todo o tipo de produtos ecológicos, havendo também espaço para produtos relacionados com o sexo, como os preservativos biodegradáveis que a marca Sustain Natural garante que são a versão mais sustentável atualmente disponível no mercado.
Uma outra marca que não utiliza substâncias que prejudicam o meio ambiente é a Jimmyjane. Os brinquedos são lindos, revolucionários e sustentáveis, pois são feitos de silicone.
Sabias que a estilista italiana Silvia Picari reúne sexo e arte nos seus brinquedos eróticos incrivelmente artesanais feitos de madeira? Ela acredita que “a madeira é um material ‘quente’ e familiar que, devido às suas características, é perfeito para uma abordagem lenta e exploratória do prazer.”
Há tantas opções! Contribui para uma menor pegada ecológica e faz escolhas mais conscientes e seguras.
Se a lingerie acaba no chão, não é melhor evitar que dê cabo do nosso planeta?
Quem nunca perdeu a cabeça com as rendas simples e sexy que podemos encontrar naquelas lojas de fast fashion? Ainda assim, deves optar por privilegiar os materiais naturais, feitos à mão. Tem a certeza de que os produtos que compras não são fabricados por pessoas que estão a ser exploradas para fazer a tua lingerie.
Alguns exemplos de marcas de lingerie – daquelas que nos saltam para as mãos, embora eles ou elas só queiram que saltem para o chão – são My Intimate Cantê, a Organic Basics e ainda a Garden Desire.
No fundo, o mais importante é que faças uma pesquisa de forma a perceber o que vais comprar e o impacto que tem para o meio ambiente.
Há cada vez uma maior pressão para tornar todos os aspetos das nossas vidas mais sustentáveis e, muitas vezes, isso tira-nos tempo e dinheiro – coisas que nem sempre temos em simultâneo.
Está ciente das tuas opções e faz pequenas mudanças, sempre que te for possível, e estarás no rumo certo.
É verdade que na “hora H” ninguém está preocupado com a sustentabilidade do planeta, mas num futuro próximo vamos estar demasiado ocupados a fugir de catástrofes naturais, em vez de termos os nossos momentos de prazer. Por isso, é melhor lidarmos com a realidade o quanto antes.
Imagem de capa: Fotografia de Charles Deluvio do Unsplash
Artigo revisto por Beatriz Campos
AUTORIA
Sempre quis pilotar aviões, mas a vida mudou-lhe os planos e descobriu o prazer na escrita. Movida a desafios e curiosidade, a Mariana adora correr, meditar e trabalhar em multimédia. Pensa no futuro mas vive muito o presente, confia na vida e sabe que vai ter sempre um lugar para a escrita. Nasceu em Lisboa mas vive nas Caldinhas, “o oeste é vida”, garante. Perde-se no mar, mas o surf dá-lhe vida.