The Crown: O Verdadeiro Retrato da Realeza
Muitas pessoas têm uma grande curiosidade sobre o que se passa dentro do Palácio de Buckingham. É por isso que filmes e séries aceitam o desafio de representar a realeza britânica de uma maneira interessante, mas sem distorcer nem desrespeitar a sua história. The Crown consegue agradar ao público geral, aos ávidos fãs da realeza e aos críticos. Os cenários, os figurinos, as atuações, a fotografia: tudo é de uma enorme riqueza – e não é só por esta ser a produção mais cara da Netflix.
A série propõe-se a contar como é a vida desta que é a monarca a ocupar mais tempo o trono britânico. Começa em 1947, com a jovem Princesa Elizabeth Windsor (Claire Foy) e o seu futuro marido, Philip Mountbatten (Matt Smith) – mostra os primeiros anos deste casamento, que se coloca nos ranks mais altos da realeza. Mostra ainda como, por vezes, a rainha tem de pôr a Coroa e os seus deveres antes de tudo e de todos e, como remarca Rei George VI, a função do Príncipe Philip era cuidar da Rainha Elizabeth e dar-lhe apoio.
The Crown não é, no entanto, apenas sobre a Rainha Elizabeth e o Príncipe Philip. Ao longo da história destes e da restante família real, conhecemos outros grandes protagonistas deste período, como Winston Churchill (John Lithgrow) e Jackie Kennedy (Jodi Balfour). Apesar de tentar fazer jus a figuras de tamanha importância ser uma missão arriscada, o elenco excede qualquer expectativa. É um retrato feito de maneira tão notável que estes deixam de ser ideias distantes do público e passam a poder ser vistos como pessoas reais.
Podemos afirmar que Claire Foy mereceu o Prémio Globo de Ouro: Melhor Atriz em Série Dramática. Foi uma conquista conseguida ao longo das 2 temporadas. The Crown também recebeu o Prémio Globo de Ouro: Melhor Série Dramática – uma combinação das brilhantes atuações mencionadas com uma das mais belas caracterizações que já vi. O esforço dos atores para se apropriarem de todos os maneirismos, trejeitos e do sotaque da realeza mostra a atenção aos detalhes que a produção teve. Desde as jóias e roupas usadas até aos cenários exteriores, cada episódio é de uma beleza tão irreal que cada um deles parece ser um verdadeiro filme.
fonte: IMDb
Numa época na qual nem sequer se sonhava com a existência de redes sociais, a realeza era acompanhada diariamente. Erros eram – e ainda são – postos em grandes letras nas capas de jornal e cada passo era passado na televisão. A Rainha Elizabeth, como a série mostra, entendera a responsabilidade que vinha com o seu título desde os seus 10 anos e sempre agiu com muito perfeccionismo.
Outras personagens, porém, não tinham o mesmo cuidado. É o caso da sua irmã mais nova, Princesa Margaret (Vanessa Kirby), uma personagem mais intensa e extrovertida, sendo frequentemente assunto de polémicas. Os seus romances e festas tornavam-na numa figura carismática, mas as regras e restrições limitavam até onde esta jovem de espírito livre poderia ir.
fonte: IMDb
Para além dos constrangimentos dos protocolos, os seus comportamentos eram também moldados pela constante exposição mediática. Apesar de a Rainha Elizabeth ter uma natureza mais reservada e tímida, preferindo manter sempre as tradições, o Príncipe Philip pensava estava mais à frente e procurava modernizar a Coroa antes que esta se extinguisse. A modernização significava deixar para trás muitas das barreiras que existiam entre o povo e a sua soberana. A rainha, pouco a pouco, tornou-se na mulher mais importante e conhecida do mundo, mas quem era ela?
A série foi organizada de maneira a que, depois destas 2 primeiras temporadas, o seu elenco seja substituído por outro que dará sequência à trama. O motivo é, obviamente, o facto de os atores precisarem ter uma idade próxima da dos personagens. Como nesta segunda fase da série haverá um avanço no tempo, foi preciso fazer adaptações. Para substituir o aclamado elenco, virão, ainda em 2019, grandes nomes como Olivia Colman (Rainha Elizabeth), Tobias Menzies (Príncipe Philip) e Helena Bonham Carter (Princesa Margaret).
Artigo revisto por: Andreia Jesus
AUTORIA
Michelle tem 20 anos e faz muitas perguntas desde que se conhece por gente. Criou o primeiro site numas férias de verão enquanto criança e apaixonou-se por escrita e fotografia. Algum tempo e vôos internacionais depois, entrou em Jornalismo na ESCS, a escolha acertada para si. Não limita os seus assuntos, secções e cantinhos a visitar. Teve na Magazine um megafone enquanto Editora de Opinião.