That 70s Show – Mergulhando Noutra Década
That 70s Show é uma daquelas indicações que o Netflix faz e não para de repetir até clicares. Que Loucura de Família, em português, é uma série que retrata a vida de um grupo de jovens dos anos 70 em episódios leves e divertidos. Desde as roupas que as personagens usam até às referências por elas feitas, tudo se encaixa no que era padrão nesta época. Afinal, os jovens não mudaram muito ao longo dos anos.
O protagonista, Eric Forman (Topher Grace), é quem conjuga o plano destes adolescentes de Wisconsin com o dos adultos da época, nomeadamente os seus pais e vizinhos.
A série passa-se num subúrbio pacato, numa época em que boa parte do que usamos para nos distrair não existia – ainda assim, as aventuras do grupo perduram por 8 temporadas.
Como em muitas sitcoms, That 70s Show volta-se para um grupo de 6 amigos. Para além de Eric, um rapaz comum e geeky, há Hyde (Danny Masterson), Kelso (Ashton Kutcher), Fez (Wilmer Valderrama), Donna (Laura Prepon) e Jackie (Mila Kunis). Todos eles estão unidos por não serem aceites noutros grupos, tal como referem em alguns episódios. Para além disto, estão unidos também pelo seu sentido de humor e aventura – como pintar a caixa d’água, por exemplo.
That 70s Show abrange boa parte da juventude deste grupo de amigos. A maior parte da série passa-se durante a sua fase do secundário, mas não são muitas as cenas em que se vê o lado colegial. Os cenários mais frequentes são a casa de Eric Forman – onde o grupo se reúne -, a casa de Donna e um café.
Quando eles acabam a escola e chega o momento da esperada transição, ela não é brusca. Essa decisão por parte dos escritores e produtores já era um tanto óbvia: separar o grupo e afastá-los uns dos outros acabaria com a essência do show – as suas aventuras do dia a dia, os seus relacionamentos, etc.
Isto, como é claro, acaba por delimitar qual será a evolução que terão. As personagens falam durante vários episódios sobre os seus planos para o futuro e nem todos se concretizam. É o exemplo da arte a imitar a vida, é claro. Sobretudo quando estamos na adolescência, várias coisas nos parecem possíveis quando na verdade não o são.
O programa obedeceu fielmente à temática dos anos 70. Algumas das bandas dessa época, como Aerosmith e Led Zeppelin, e mesmo filmes, como Star Wars, são gostos que marcam o grupo. As casas, as roupas e as telas de transição têm muitas cores e padrões. A maneira natural como abordam as questões políticas e sociais da época (seja a rivalidade entre americanos e soviéticos, seja a temática da mulher no mercado de trabalho) reforça o carácter de retrato de uma outra geração.
O grupo de amigos passa por alguns dos principais momentos que nos modificam ao longo da juventude. Estes conflitos, romances e desventuras tornam-se imagens próximas daquilo que vivemos hoje em dia, fazendo-nos ver que ser jovem apenas teve algumas atualizações.
Com episódios de 20 minutos, todos disponíveis no Netflix, é uma série para quem quer algo fácil de ver e que seja divertido. Talvez gere alguma curiosidade por veres estrelas, como Ashton Kutcher, no elenco; pelos passatempos favoritos dos protagonistas; ou talvez te faça começar a usar calças boca de sino. O efeito colateral mais evidente, no entanto, são as gargalhadas – e estas nunca são demais!
Fotografia “thumbnail”: Fonte- IMDB
Artigo revistos por: Joana Silvério
AUTORIA
Michelle tem 20 anos e faz muitas perguntas desde que se conhece por gente. Criou o primeiro site numas férias de verão enquanto criança e apaixonou-se por escrita e fotografia. Algum tempo e vôos internacionais depois, entrou em Jornalismo na ESCS, a escolha acertada para si. Não limita os seus assuntos, secções e cantinhos a visitar. Teve na Magazine um megafone enquanto Editora de Opinião.