Direita saiu às ruas e pediu Eleições em Espanha
Em causa o impasse na Catalunha. Líderes do PP (partido popular), Cidadanos (centro direita) e VOX (partido de extrema direita) consideram o governo socialista responsável pela possível fragmentação do território espanhol e pedem eleições imediatas. Governo do PSOE (Partido socialista Espanhol) pode cair por falta de apoio parlamentar.
O cenário político espanhol está em claros sinais de turbulência. As eleições regionais na Andaluzia já tinham mostrado que movimentos de extrema direita como o VOX ganharam força; de recordar que o recente partido ganhou lugares no parlamento andaluz, tomando uma visibilidade até aqui não vista. Unidos pelo lema de “uma Espanha Unida”, o Partido Popular (PP) – principal partido da oposição e considerado de direita moderada -, o VOX e o Cidadanos tomaram “de assalto” as ruas de Espanha, pedindo o afastamento do Governo de Pedro Sanchez e eleições imediatas. Santiago Abascal – líder do VOX -, foi duro nas críticas à situação na Catalunha: “O golpe deve ser sufocado para deter os golpistas e os conspiradores”, afirmou Abascal, pedindo ainda a detenção do presidente da Generalitat, Quim Torra, e a suspensão da Autonomia da região, de forma a restaurar a constituição Espanhola.
A manifestação foi convocada depois de o Governo socialista ter aceitado a nomeação de um relator para as negociações com o governo catalão em relação ao impasse político na Catalunha. Os independentistas catalães pretendem enquadrar as conversações com o Governo central como uma questão diplomática, justificando, desta forma, a existência de um mediador independente. Esta situação é considerada inadmissível pela direita espanhola, que considera que “é a unidade espanhola que está posta em causa em troca da manutenção de um governo socialista”. Estas declarações vêm depois do cenário admitido pelo PSOE de negociação com os independentistas catalães, de forma a que estes dessem o seu apoio na aprovação do orçamento de estado – situação que ficou sem efeito porque o acordo acabou por não se realizar. Num contra-ataque rápido, a direita espanhola aproveitou e junta (Partido Popular, Cidadanos e VOX) colocou em causa “a unidade do País”. O líder do PP, Pablo Casado, indicou que “O tempo de Pedro Sánchez acabou “, dirigindo-se aos manifestantes: “Chega de chantagens, hoje é um ponto de inflexão. Começamos a reconquista dos espanhóis que disseram basta”, reforçou. Albert Rivera, líder do Cidadanos (partido de centro direita), disse que “vai haver um antes e um depois da manifestação” e indicou o “final de uma legislatura que está esgotada”.
O Primeiro Ministro Espanhol, Pedro Sanchez, reagiu e acusou a oposição de “deslealdade e não de patriotismo”. De recordar que o PSOE não admitiu um cenário de uma Catalunha independente, mas sim algumas cedências para com o governo catalão que são vistas, por parte do espectro político mais conservador, como uma rendição aos ditames de Barcelona. O governo socialista pode cair se o orçamento de Estado não for aprovado, cenário real dado que o executivo não possui apoio de uma maioria parlamentar. Algumas sondagens indicam que, num cenário de eleições, uma coligação de direita permitiria uma maioria para governar, algo que seria uma revolução no cenário político espanhol porque incluiria um partido de extrema direita no governo – situação vista como improvável há alguns anos.
Artigo revisto por: Andreia Jesus
AUTORIA
Olá, sou o Luís, tenho 27 anos e nasci em Cascais. Vivo desde, quase sempre, em Sintra e sinto-me um Sintrense de gema. Adoro cinema - bem, adorar não é a palavra adequada, venerar parece-me um adjetivo mais justo - e sou também obcecado por política e relações internacionais. Gosto também muito de desporto.