Primeira foto de um buraco negro: Einstein estava certo.
Momento histórico para a astronomia só foi possível com a colaboração de vários países. Teoria do lendário físico foi comprovada. Projeto do Telescópio do Horizonte de Eventos conseguiu captar imagem a mais de 55 milhões de anos luz da Terra.
Após anos a sonhar, finalmente foi possível avistar a primeira imagem real de um Buraco Negro. Localizado no centro da galáxia M87, na direção da constelação Virgo, com uma massa que terá mais de 6 mil milhões de vezes a do Sol, o gigante maciço há muito que era observado. Os avanços tecnológicos, juntamente com o forte patrocínio da União Europeia, permitiram, finalmente, captar a imagem.
Até agora, não havia prova física da existência de buracos negros, que são alvo de intenso debate há mais de 200 anos – debate esse que teria um ponto de viragem na apresentação da teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein, em 1915. A imagem recolhida agora é um dos mais importantes testes observacionais da revolucionária teoria de Einstein.
Segundo as leis da física, um buraco negro não pode ser observado, já que nenhuma luz escapa dele e nada se consegue mover à velocidade da luz. Os cientistas podem estudar os efeitos dos buracos negros nas suas redondezas, isto é, usando o brilho que está à volta – o famoso anel dourado que cobre o buraco negro e que foi agora registado. No centro do buraco negro, o espaço e o tempo deixam de existir. Este “fenómeno” é categorizado como um dos eventos mais poderosos no universo, devido também à sua incrível densidade.
Uma (nada simples) imagem que, para ser reproduzida, contou com o trabalho de 200 cientistas, munidos de supercomputadores, que analisaram a informação captada em cinco noites, em abril de 2017, pela rede de telescópios dispersa pelo mundo. Os peritos na matéria indicam que será necessário lidar com cerca de 4 petabytes de dados.
Uma das principais responsáveis por este marco histórico foi Katie Bauman, estudante de doutoramento do prestigiado MIT, em Boston. A norte-americana começou a desenvolver há três anos, em conjunto com uma equipa de mais de 30 especialistas de visão computacional, um algoritmo que ajudou a preencher a imagem de uma sombra arredondada. Foi esta sombra, rodeada por um anel de luz, que a equipa do Telescópio do Horizonte de Eventos captou.
A imagem agora captada está a mais de 55 milhões de anos luz da terra, o que nos permite ter um vislumbre do passado, sendo também visionária, porque nos trará mais pistas para o futuro. Para já, ficamos com um dos momentos mais importantes da História da Astronomia.
Fonte fotografia “thumbnail”: BBC; fonte de EHT Collaboration
Artigo revisto por Ana Roquete
AUTORIA
Olá, sou o Luís, tenho 27 anos e nasci em Cascais. Vivo desde, quase sempre, em Sintra e sinto-me um Sintrense de gema. Adoro cinema - bem, adorar não é a palavra adequada, venerar parece-me um adjetivo mais justo - e sou também obcecado por política e relações internacionais. Gosto também muito de desporto.