Nobel da medicina premeia luta contra o cancro
A Academia Sueca realçou o trabalho de dois investigadores, o americano James P. Allison e o japonês Tasuku Honjo, sobre a imunoterapia na luta contra o cancro. Graças à investigação é agora possível perceber que o sistema imunológico pode atacar as células cancerígenas através da libertação de outras células do sistema imunológico, que atuam como proteção à doença.
Fonte: jornal médico
“O Prémio Nobel deste ano assinala um marco na luta contra o cancro”, anunciou o comité do Nobel, em Estocolmo, esta segunda-feira, acrescentando que as investigações dos dois laureados representam uma mudança de paradigma perante a doença. Para Thomas Perlmann, secretário geral do comité nobel, “Allison e Honjo mostraram como diferentes estratégias para inibir o travão do sistema imunológico podem ser usadas no tratamento do cancro”.
A descoberta feita pelos dois investigadores aproveita assim a capacidade do nosso sistema imunológico de atacar as células cancerígenas, estimulando-o e ativando os “travões” nas células do sistema imunológico. Esses travões ajudam o corpo a proteger-se do avanço da doença e permitem uma autorregulação do sistema imunitário. Trata-se de um princípio totalmente novo na forma como é vista a doença, o que não passou despercebido aos responsáveis pela atribuição do prémio.
James Allison, professor do centro médico Anderson da faculdade do Texas, estudou uma proteína que funciona como um bloqueio ao sistema imunitário, após perceber o potencial das células imunitárias no ataque a células cancerígenas. O especialista desenvolveu este conceito para formar uma abordagem que permita tratar os doentes. Já Tasuku Honjo, professor na faculdade de Kyoto, foi responsável também pela descoberta de uma proteína nas células imunes, mas com um mecanismo que funciona de forma diferente. “As terapias inspiradas na sua descoberta provaram ser muito eficazes na luta contra o cancro”, reforçou o comité.
O prémio tem um valor de 870 mil euros. A chamada “terapia de checkpoint imunológico” é considerada revolucionária pela comunidade médica na forma como tratamos o cancro, que representa uma das principais causas de morte em todo o mundo. O instituto Karolinska de Estocolmo, responsável pela atribuição do galardão da medicina, preferiu este ano premiar a luta contra o cancro; em 2017 o nobel foi para a investigação relacionada com os “mecanismos moleculares que controlam o ritmo circadiano” no âmbito do ciclo biológico. O prémio Nobel da Medicina é o primeiro a ser anunciado, seguindo-se, nos próximos dias: os da Física, Química, da Paz, e da Economia. De ressalvar que, devido a escândalos sexuais no comité responsável, o prémio nobel da literatura não será atribuído este ano.
Fonte: Observador
AUTORIA
Olá, sou o Luís, tenho 27 anos e nasci em Cascais. Vivo desde, quase sempre, em Sintra e sinto-me um Sintrense de gema. Adoro cinema - bem, adorar não é a palavra adequada, venerar parece-me um adjetivo mais justo - e sou também obcecado por política e relações internacionais. Gosto também muito de desporto.