Mike Pompeo confirmado como novo secretário de estado norte-americano
Antigo diretor da CIA foi aprovado pelo senado dos EUA. Apoio do congresso à nomeação é um dos mais baixos de sempre. Pompeo aproveitou para reforçar que aliados da NATO têm de aumentar gastos com a defesa.
Foram 57 votos a favor e 42 contra, que permitiram a Mike Pompeo ser empossado como novo secretário de estado americano. O resultado de Pompeo é o segundo pior obtido nos últimos 50 anos por um candidato a secretário de Estado – um recorde alcançado pelo seu antecessor, Rex Tillerson, que foi confirmado em fevereiro de 2017 com 56 votos a favor e 43 contra. Tillerson tinha sido demitido por Trump em Março. Pompeo, um ultraconservador, passa a dirigir a política externa de Donald Trump.
O cargo é visto como uma forma de conciliar democratas e republicanos e representa normalmente um enorme consenso; contudo a nomeação de Pompeo é encarada como uma mudança de estratégia por parte da Casa Branca. O novo secretário de estado é defensor de uma maior agressividade americana no campo da Política Internacional, o que lhe vale uma grande inimizade no campo democrata e algumas críticas na ala mais moderada do partido republicano.
O ex-diretor da CIA viajou de imediato para Bruxelas de forma a ter uma reunião na sede da NATO. Na conferência de imprensa realizada após a reunião, Mike Pompeo criticou a Alemanha “por não respeitar os compromissos que subscreveu em dezembro de 2014, em matéria de despesas militares” da organização, contudo, aproveitou para valorizar “os progressos” nos últimos meses feitos por alguns aliados, pelo que afirmou que “o objetivo prossegue claro e não deve ser desviado”.
Questionado se a Alemanha está a realizar progressos suficientes na Defesa, Pompeo disse que “não” e reiterou que Berlim “deve atingir o objetivo acordado”. Atualmente, o estado Alemão gasta 1,26% do seu PIB (Produto Interno Bruto) no setor da defesa. O novo secretário de Estado norte-americano recordou que os aliados europeus da NATO devem concretizar o objetivo de investir na Defesa 2% do seu PIB e revelou que espera que os países tenham um plano concreto para apresentar em julho, na cimeira da organização.
Visto como um conservador próximo de Trump e da ala mais radical do partido republicano, Mike Pompeo terá pela frente vários desafios – desde logo, tentar melhorar as relações com a Rússia que se situam num dos pontos mais baixos desde a queda do muro de Berlim. A guerra na Síria que dura desde de 2011 e o acordo nuclear iraniano são outros dos pontos quentes que Pompeo vai enfrentar nos próximos meses. Recorde-se que Trump não aceita o atual acordo nuclear, algo que valeu uma forte reprovação do governo de Teerão. A situação na península da Coreia é outro dos pontos sensíveis que o antigo diretor da CIA vai enfrentar.
AUTORIA
Olá, sou o Luís, tenho 27 anos e nasci em Cascais. Vivo desde, quase sempre, em Sintra e sinto-me um Sintrense de gema. Adoro cinema - bem, adorar não é a palavra adequada, venerar parece-me um adjetivo mais justo - e sou também obcecado por política e relações internacionais. Gosto também muito de desporto.